Produção e mercado de suínos com atributos de qualidade difereciada - Criação de cadeias de valor / Pig production and market with differentiated quality attributes - Creating value chains
Palavras-chave:
Desenvolvimento territorial, sistema agroalimentar, sustentabilidadeResumo
A suinocultura vem progredindo de maneira notável promovendo o fortalecimento de diferentes seguimentos da cadeia produtiva. Em países desenvolvidos a suinocultura orgânica vêm ganhando cada vez mais espaço, impulsionada por uma demanda do mercado consumidor que busca por produtos com atributos de qualidade diferenciada. No Brasil estas iniciativas de diferenciação ainda são incipientes principalmente no que se refere à suinocultura orgânica. É importante informar, porém que esta cadeia produtiva vem se adequando ao processo de diferenciação, sobretudo no que se refere a implementação de práticas de manejo respaldadas nas normas de bem-estar animal, sendo o “Sistema de produção de suíno em família” um exemplo a ser citado. Com a evolução da ideia de implementação de modelos de produção diferenciados, respaldados em ideias de sustentabilidade, bem-estar animal e preservação ambiental, o espaço rural passa a ser considerado um patrimônio complexo que se deve gerir afim de preservar o conjunto de relações sociais que dão origem e expressam as identidades e propósitos compartilhados por múltiplos atores. Sob esta ótica, emerge a valorização do imaterial, ou seja, o patrimônio intangível associado aos saberes, à tradição, à cultura e, em alguns casos, à imagem do território. O surgimento de novas referências de qualidade favoreceu o desenvolvimento de soluções inovadoras, tais como as certificações de conformidade as quais permite o reconhecimento de práticas mais zelosas com o meio-ambiente, com os animais de produção, com a saúde do consumidor ou com a população rural. Ao mesmo tempo, os selos de certificação ampliam a exigência de capacitação técnica, operacional e conceitual dos produtores, tornando-os agentes mais capazes e esclarecidos para trabalhar e incrementar a segurança dos métodos, alimentam assim a confiança dos consumidores sobre os produtos que adquirem. A associação das dimensões expostas neste artigo, contribuem para a construção de cadeias de valor as quais sendo bem geridas, podem representar uma inovação importante na produção alimentar futura.
Referências
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS - ABPA, 2017. História da suinocultura do Brasil. Disponível em: http://abpa-br.com.br/setores/suinocultura. Acesso em: 07 fev. 2018
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL - ABPA, 2017. Relatório Anual. Disponível em: http://abpa-br.com.br/storage/files/3678c_final_abpa_relatorio_anual_2016_portugues_web_reduzido.pdf. Acesso em: 02 fev. 2018
ALCÂNTARA, N.B; DE SÁ, C.D.; MOURAD, C.B.; CUNHA, F.DA; BIBANCOS, M. et al. A opinião dos consumidores sobre os selos de qualidade de alimentos das redes de varejo. 30° Encontro da ANPAD. 2013. Salvador, Brasil.
AMBROSINI, L.B; FILIPPI, E.E. Da era do desenvolvimento ao desenvolvimento rural: sistemas produtivos localizados sob a perspectiva de Karl Polanyi. Redes, Santa Cruz do Sul, v. 13, n. 3, p. 121-139, 2009.
ANUNCIATO, K. M. A incidência dos impostos indiretos na cadeia produtiva da Suinocultura no estado de mato grosso. 133 p. Tese (doutorado em economia) da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS – ABCS. 2016. Mapeamento da suinocultura brasileira. Disponível em: http://www.abcs.org.br/attachments/-01_Mapeamento_COMPLETO_bloq.pdf. Acesso em: 02 fev. 2018.
BEEFPOINT. 2017. Consumo per capita de carne bovina recuou para o menor nível em 15 anos. Disponível em: http://www.beefpoint.com.br/consumo-per-capita-de-carne-bovina-recuou-para-o-menor-nivel-em-15-anos/ . Acesso em: 05 fev. 2018
BEZERRA, JMM, NETO, A. C., SILVA, L. P. G., LUI, J. F., RODRIGUES, A. E., MARTINS, T. D. D. Caracterização do consumidor e do mercado da carne suína na microrregião de campina grande, estado da paraíba, Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 3, p. 485-493. 2007.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei n. 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras providências. Disponível em: <http://www.presidencia.gov.br/cccivil_03/Leis/2003/L10.831.htm>. Acesso em: 20 ago. 2009.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Instrução Normativa n. 46, de 07 de outubro de 2011. Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal, bem como as listas de substâncias permitidas para uso nos Sistemas Orgânicos de Produção Animal e Vegetal. Diário Oficial, Brasília, 07 out. 2011. Seção 1. 32p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Desenvolvimento das cadeias de valor da Korin. In: GESTÃO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA. 2. Ed. – Brasilia: MAPA/ACS, 2014 b.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Instrução Normativa n. 17, de 17 de junho de 2014a. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2014/06/regras-para-sistemas-organicos-de-producao-sao-ajustadas>. Acesso 15 jan. 2015.
CAMARA, 2015. Introdução ao agronegócio soja. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/departamentos/lpv/sites/default/files/LPV%200584%202015%20-%20Soja%20Apostila%20Agronegocio.pdf.
CARNEIRO, M.J.; MALUF, R.S. Para além da produção: multifuncionalidade e agricultura familiar. Rio de Janeiro: Mauad, 2003. 230p
DEMATTÊ FILHO, L.C. Sistema agroalimentar da avicultura fundada em princípios da Agricultura Natural: multifuncionalidade, desenvolvimento territorial e sustentabilidade, 2014. 251p. Tese (Doutorado) Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba, 2014.
DEMATTÊ FILHO, L.C., PEREIRA, D.C.O. A sustentabilidade na produção de frangos e a percepção dos consumidores. Um estudo de caso sobre um sistema agroalimentar da avicultura fundada em princípios da Agricultura Natural: Multifuncionalidade, desenvolvimento territorial e sustentabilidade. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2016, Campinas. Anais... Campinas: FACTA, 2016.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS - FAO. 2011. Mapping supply and demand for animal-source foods to 2030. Disponível em: http://www.fao.org/docrep/014/i2425e/i2425e00.pdf. Acesso em: 05 fev. 2018
GLOBO RURAL, 2014. Da banha ao porco 'light', conheça a evolução da genética suína. Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Suinos/noticia/2014/11/perfil-genetico-do-porco.html
KIRINUS, J.K.; BENEDETTI, M.; TÉO, A.; PAVLIK, W.; TAFFAREL, G.V.; BELMONTE, C.O.; DÖRR, A.C. Caracterização do consumo de carne suína da população de Xanxerê, Santa Catarina, Brasil. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, Santa Maria, v.20, p.233-240, 2016
LIMA, M.M.D.; ARRUDA, D.M.O.; CAVALCANTE, F.B.F.; SALES, R.K.L. O mercado da carne suína: consumo e percepção. Espacios, Caracas, v.36, n.19, p.12, 2015.
MARÇAL, D.A.; ABREU, R.C.; CHEUNG, T.L.; KIEFER, C. Consumo da carne suína no brasil: Aspectos simbólicos como determinantes dos comportamentos. Rev. Agro. Amb., v.9, p. 989-1005, 2016.
MOURA, A. D. et al. Relatório complementar de caracterização da cadeia produtiva do arranjo produtivo da Suinocultura de Ponte Nova (MG) e Região, 2004. Disponível em: <http://www.agribiz.com.br/arquivos/doc_relatorio_mg_2123749080.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018.
MURATA, L.S.; STEIN, M.R.; REZENDE, M.J.M.; ALMEIDA, M.N. Perfil do consumidor da carne suína no Distrito Federal. In: CONGRESSO DE SUINOCULTURA DO NORDESTE, 1., 2002, Anais... 2002. p.105-106.
PORKWORLD. 2015. Dinamarca vê crescimento no ramo do suíno orgânico. Disponível em: http://www.aveworld.com.br/noticia/dinamarca-ve-crescimento-no-ramo-do-suino-organico. Acesso em: 05 Fev. 2018
REQUIER-DESJARDINS, D. Multifonctionnalité, territoire et secteur agroalimentaire: une approche par les “systèmes agroalimentaires localisés”. Cahiers du C3ED, Université de Versailles, 2002.
ROPPA, L., 2002. Carne suína: mitos e verdades. Disponível em: <http://www.sips.com.br/ manual_download.php?id_arquivo=275>. Acesso em: 06 fev 2010.
ROBINSON, T. P., FRANCESCHINI, G., WINT, G. R. W. FAO’s Gridded Livestock of the World. Veterinária Italiana. Roma, p. 43. 2007. (745-751).
SAES, M.S.M. Estratégias de diferenciação e apropriação da quase renda na agricultura: A produção de pequena escala. 2008. 162p. Tese (Livre Docência na área de Economia) – Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
SANTOS, E. D. et al. Anuário Brasileiro de Aves e Suínos 2013. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, 2013. 120 p. ISBN 1808-7507.
SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2018. Revista impressa. Disponível em: https://www.suinoculturaindustrial.com.br/anuncie. Acesso em 02 fev 2018
SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2017. Nutricionistas de cinco estados recebem visitas informativas sobre a carne suína. Disponível em: https://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/nutricionistas-de-cinco-estados-recebem-visitas-informativas-sobre-a-carne-suina/20171003-154448-J939. Acesso em 07 fev 2018
SIMON, M. Suinocultura brasileira: uma análise do preço de Exportação e do preço pago ao produtor. 75 p. Monografia (graduação em ciências econômicas) da universidade federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
SILVA, J. R. Processo decisório na compra de carne suína, observando a segurança alimentar e a qualidade do produto na cidade de Porto Alegre. Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 151p. 2007.
SILVA, I. A., RODRIGUES, J. M. S., BORGES, J. O. Perfil dos consumidores de carne suína comercializada no município de Grajaú, estado do Maranhão, Brasil. Sci. Agrar. Paraná, v. 16, p. 309-313, 2017.
VILA YAMAGUISHI, 2018. Encontre a feira orgânica ou grupo de consumidores mais perto de você. Disponível em: http://www.yamaguishi.com.br/noticias. Acesso em: 14 Fev. 2018.
VILA YAMAGUISHI, 2018. Em direção a um mundo sem disputa. Disponível em: http://www.yamaguishi.com.br/a-vila. Acesso em: 14 Fev. 2018
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
- O conteúdo dos artigos é de responsabilidade exclusiva dos autores.
- É permitida a reprodução total ou parcial do conteúdo dos artigos, desde que citada a fonte.
- Artigos com plágio serão recusados, e o autor do plágio perderá o direito de publicar nesta revista.
- Os nomes e endereços informados nesta revista serão utilizados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação e não estão disponíveis para outros fins ou a terceiros.
- Depois de enviar os artigos, os autores cedem os direitos autorais de seus artigos ao BJAER. Se você se arrepender da submissão, o autor tem o direito de solicitar ao BJAER que não publique seu artigo. Porém, essa solicitação deve ocorrer até dois meses antes da divulgação do número que o artigo será publicado.
- O BJAER usa a licença Creative Commons CC BY. Informações sobre esta licença podem ser encontradas em: https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/
Brazilian Journal of Animal and Environmental Research (BJAER) se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. Os trabalhos finais não serão enviadas aos autores.