Icterícia: uma doença comum entre os recém-nascidos / Jaundice: a common disease among newborns
Keywords:
Icterícia neonatal, kernicterus, hiperbilirrubinemia, fototerapia, neonatal.Abstract
A icterícia é um dos problemas mais frequentes durante o período neonatal e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia, ou seja, alta concentração de bilirrubina no sangue. A etiologia abrange diversos fatores e a fisiopatologia ainda é enigmática. O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão literária sobre as causas da icterícia neonatal, enfatizando a importância da etiologia para prevenir, diagnosticar e tratar precocemente, favorecendo o prognóstico da doença. O presente artigo é uma revisão de literatura realizada entre fevereiro e abril de 2018, utilizando artigos retirados dos bancos de dados UPTODATE, PUBMED, MEDLINE e SCIELO. Foram aplicados os descritores: Icterícia neonatal, kernicterus, hiperbilirrubinemia, fototerapia, hemólise e o correspondente de cada em inglês. A pesquisa sucedeu-se em duas etapas.As causas da icterícia variam de um simples hipotireoidismo onde o desenvolvimento da criança é prejudicado até uma policitemia caracterizada pelo aumento do número de eritrócitos. Vários mecanismos podem estar implicados no aparecimento da icterícia fisiológica do recém-nascido, sejam eles ligados à mãe, ao recém-nascido e até mesmo ao ambiente. Por outro lado, a icterícia está relacionada a processos patológicos vigentes no período neonatais que incluem, entre outros, distúrbios hemolíticos de várias causas, aumento da circulação enterohepática e diminuição da captação hepática da bilirrubina ou da conjugação da bilirrubina. Portanto, a icterícia é considerada patológica quando é evidente nas primeiras 24 horas, se os níveis de bilirrubina aumentarem mais de 5 mg/dL/dia, se o recém-nascido apresenta sintomas ou sinais de doença sistémica ou se tem níveis de bilirrubina direta superiores a 1.5mg/dL.
References
BASTOS F. Icterícia neonatal. In: Segre CAM, editor. Perinatologia. Fundamentos e prática. São Paulo: Sarvier; p. 583-600, 2002.
BHUTANI V.K., JOHNSON L.H. Newborn jaundice and kernicterus-health and societal perspectives. Indian J. Pediatria; v.70(5), p.407-16, 2003.
BHUTANI V.K., JOHNSON L.H. Urgent clinical need for accurate and precise bilirubin
measurements in the United States to prevent kernicterus. Clin. Chem., v.50(3), p.477-80, 2004.
CARVALHO M. Fototerapia de alta intensidade para o tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fiocruz; 1998.
CARVALHO M., LOPES J.M., BARRETO NETTO D. Fototerapia integral de alta intensidade para o tratamento da icterícia do recém-nascido. Rev. Bras. Eng. Bioméd., v.15(3), p.109-113, 1999.
CHOU S.C., PALMER R.H., EZHUTHACHAN S, NEWMAN C, PRADELL-BOYD B, MAISELS M.J., et al. Management of hyperbilirubinemia in newborns: measuring performance by using a benchmarking model. Pediatrics.V.112(6 Pt 1), p.1264-73, 2003.
HULZEBOS C.V., VAN IMHOFF D.E., BOS A.F., et al. Usefulness of bilirubin/albumin ratio for predicting bilirubin-induced neurotoxicity in premature infants. Arch. Dis. Child Fetal Neonatal, v.93: F384, 2008.
MACMAHOM J.R., STEVENSON D.K., OSKI F.A. Bilirubin In: Avery Disease of Newborn. Taeush WH, Ballard AR, eds. 7th ed. WB Saunders Company, p.995-1040, 1998.
MAISELS M.J. Neonatal hyperbilirubinemia. In: Care of the High-Risk Neonate, 5thed Klauss MH, Fanaroff AA (Eds); WB Saunders, Philadelphiia, p.324, 2009.
MAISELS M.J. Icterícia. In: Macdonald MG, Seshia MMK, Mullett MD. Fisiopatologia e tratamento do Recém-nascido. 6ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.703-777, 2007.
MAIMBURG R.D., VAETH M., SCHENDEL D.E., BECH B.H., OLSEN J., THORSEN P. Neonatal Jaundice: a risck factor for infantile autism?.Paediatr. Perinat. Epidemiol., v.22(6), p.562-568, 2008.
MARTIN C.R., CLOHERTY J.P. Hiperbilirrubinemia Neonatal. In: Cloherty JP, Eichenwald EC, Stark AR. Manual de Neonatologia, 1ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 158–189, 2005.
OSTROW J.D., PASCOLO L, SHAPIRO S.M., TIRIBELLI C. New concepts in bilirubin encephalopathy.Eur. J. Clin. Invest. v.33(11), p.988-97, nov. 2003.
VIEIRA A.A., LIMA C.L.M., CARVALHO M., MOREIRA M.E.L. O uso da fototerapia em recém-nascidos: avaliação da prática clínica. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. v.4(4), p.1-17, 2004.
SILVA, S.M. Icterícia Neonatal. Faculdade de Medicina do Porto – Mestrado Integrado em Medicina, 2011.
MARTINELLI, A.L.C. Icerícia. Simposio Semiologia Médica e Ribeirão Preto, v.37, p.246-252, 2004.
Hansen TW. Therapeutic approaches to neonatal jaundice: an international survey. ClinPediatr (Phila).1996;35(6):309-16.
Gartner LM. Neonatal jaundice.Pediatr Rev. 1994;15(11):422-32. Review.
American Academy of Pediatrics Provisional Committee for Quality Improvement and Subcommittee on Hyperbilirubinemia. Practice parameter: menagement of hyperbilirubinemia in the healthy term neonate. Pediatrics. 1994;94(4 Pt1):558-65.19.
LEITEM.G.C, Facchini FP. Avaliação de dois esquemas de manejo da hiperbilirrubinemia em recém-nascidos com peso menor que 2.000 g. J Pediatr (Rio J). 2004; 80(4): 285-290.
BHUTANI V.K, Johnson L. Kernicterus in late preterm infants cared for as term healthy infants. SeminPerinatol. 2006; 30:89-97.