Tempo de ocorrência da colonização de recém-nascidos por microrganismos de importância epidemiológica em unidade de terapia intensiva / Time of occurrence of colonization of newborns by microorganisms of epidemiological importance in intensive care unit
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv5n3-238Keywords:
unidade de terapia intensiva neonatal, colonização, resistência microbiana.Abstract
Nos casos de hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) o neonato de alto risco passa a ter contato com diversos profissionais de saúde, recebe nutrição artificial e antibioticoterapia, sendo colonizado pela microbiota nosocomial em vez de obter a colonização materna. Objetivo: caracterizar os recém-nascidos (RN) internados na UTIN no período de junho de 2016 a 2017; identificar o tempo de ocorrência da colonização em RN internados; e estimar a prevalência dos MO (microrganismos) das amostras de espécimes clínicos. Método: estudo descritivo retrospectivo com coleta e análise de dados através dos registros da ficha epidemiológica utilizada pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) - do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF). Resultados: no período de junho de 2016 a junho de 2017 foram internados 342 neonatos na UTIN, desses 14 sujeitos foram colonizados por bactérias multirresistente (MR); sendo 57,14% do sexo feminino, 85,71% nasceram de parto cesárea, 42,85% eram prematuros extremo e grave; os diagnósticos mais prevalentes são a prematuridade (PTM) e a má formação congênita, a maioria evoluiu com bom prognóstico, havendo 1 óbito; 57,14% RN foram colonizados por MDR antes de completar 15 dias de vida, a média é de 12 dias de vida para o RN ser colonizado por MDR; nas culturas swabs nasal e retal, foram isolados agentes patogênico de ESBL (β-lactamases de espectro estendido) e MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus), tendo 92,85% ESBL identificados; a estimativa da prevalência para os RN na UTIN é de 34,06 por 1.000 swabs analisados. Discussão: sugere-se que haja uma relação entre a PTM e a colonização por bactérias MR, assim como a duração da hospitalização na UTIN. O aumento da colonização dos RN coincide com o período do ano em que há troca do grupo de residentes na instituição. Conclusão: é ideal que a cultura de vigilância fique atenta para solicitar o perfil de resistência antimicrobiano. Com adesão de boas práticas e comprometimento da equipe de profissionais espera-se diminuir a translocação das bactérias MR da pele e mucosa para a corrente sanguínea e assim mimetizar os indicadores de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS).
References
_____.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde. 2011. Disponível em: <http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v1.pdf>. Acessado em: 05 maio 2017.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: <http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v2.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2017.
_____. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Conselho Nacional de Saúde. Ministério da Saúde, Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html>. Acesso em: 28 ago. 2016.
CALFEE, D. P. et al. Estratégias Para Prevenção da Transmissão de Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina em Hospitais de Cuidados Agudos.2008.p. 901-994. Um Compêndio de Estratégias para a Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde em Hospitais de Cuidados Agudos. ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE. 2011. Disponível em: <http://www.apecih.org.br/upload/downloads/APECIH-Compendio-Estrategias-de-Prevencao-de-Infeccao.pdf> Acesso em: 30 nov. 2017
CLOHERTY, J. P. et al. Manual de Neonatologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
GARCIA, C. P. Fatores associados à aquisição de Staphylococcus aureus resistente à oxacilina (MRSA) em recém-nascidos de parto hospitalar. Tese (doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2013. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=730774&indexSearch=ID>. Acessado em: 29 abr. 2018.
GERACI, D. M. et al. Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Colonization: A Three-Year Prospective Study in a Neonatal Intensive Care Unit in Italy. PLOS ONE. Jornal Pone. Itália, n. 2, v. 9. Fev. 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3914835/pdf/pone.0087760.pdf>. Acessado em: 29 abr. 2018.
MACNOW, T. et al. Utility of surveillance cultures for antimicrobial resistant organisms in infants transferred to the neonatal intensive care unit. Pediatr Infect Dis J.EUA. n.32, v. 12. Dez. 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23811747>. Acesso em: 25 jul. 2016.
NITSCH-OSUCH, et al. Microbiological Spectrum and Susceptibility Pattern of Clinical Isolates from the Neonatal Unit in a Single Medical Center. ORIGINAL PAPERS. Polônia. n. 24, v. 1, p. 15-22. Jan. - Fev. 2015. Disponível em: <http://www.advances.umed.wroc.pl/pdf/2015/24/1/15.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2016.
Organização Pan-Americana da Saúde. Centro Latino-Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodutiva. Prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde em neonatologia. Montevidéu: CLAP/SMR-OPS/OMS, 2016.
REIS, A. T.; Enfermagem na prática materno neonatal / ARAÚJO, L. A. [Reimp.] Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
RIBEIRO, I. C.; PACHECO, S. T.; AGUIAR, B. G. C. Enfermagem neonatal: conceitos e práticas. 1 ed. Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2014.
SRIVASTAVA S, SHETTY N. Healthcare-associated infections in neonatal units: lessons from contrasting worlds. The Journal of hospital infection. London, v. 65, n. 4, p. 292-306, abr. 2007. Disponível em: <http://ac.els-cdn.com/S0195670107000400/1-s2.0-S0195670107000400-main.pdf?_tid=b6e7263a-8a75-11e6-8387-00000aacb362&acdnat=1475615066_3826db2b0961c41961383de03fa950ae>. Acesso em: 20 jul. 2016.
TRAGANTE, C. R. et al. Prevalência de sepse por bactérias Gram negativas produtoras de β-lactamase de espectro estendido em Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal. Rev Paul Pediatr. São Paulo, v. 26, n. 1, p. 59-63, jan. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v26n1/a10v26n1.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2016.