Mortalidade Materna nas Fronteiras Brasil/Paraguai e Brasil/Bolívia em Mato Grosso do Sul, 2012-2018 / Maternal Mortality on the Borders of Brazil/Paraguay and Brazil/Bolivia in Mato Grosso do Sul, 2012-2018

Authors

  • Rosemarie Dias Fernandes da Silva
  • Luiza Helena de Oliveira Cazola
  • Edson Mamoru Tamaki
  • Renata Palópoli Pícoli

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv6n9-089

Keywords:

Mortalidade Materna, Saúde na Fronteira, Saúde da Mulher, Epidemiologia Descritiva.

Abstract

Objetivo: Investigar a mortalidade materna nas fronteiras Brasil/Paraguai e Brasil/Bolívia, no Mato Grosso do Sul.

Métodos: Estudo descritivo, exploratório, de abordagem quantitativa, realizado a partir da coleta do banco de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade e o Sistema de Informações de Nascidos Vivos, nos dez (10) municípios da linha de fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul, que apresentaram notificações de óbitos maternos entre 2012 a 2018. Calculou-se a Razão de Mortalidade Materna, Razão de Mortalidade Materna Específica e analisou-se os óbitos maternos segundo variáveis obstétricas.

Resultados: Os municípios apresentaram Razão de Mortalidade Materna alta em relação às médias estaduais e nacionais. Nos anos de 2014, 2015 e 2016 ocorreram os maiores números de óbitos maternos, de 2013 para 2014, houve um salto, de 2 para 8 óbitos maternos.  Para a Razão de Mortalidade Materna Específica, predominou mulheres entre 40-49 anos (254,4/100.000), escolaridade de 4-7 anos (148,4/100.000), pretas (852,9/100.000), solteiras (159,1/100.000), os óbitos preponderaram durante o puerpério (60%), por causas obstétricas diretas (75%).

Conclusão: A elevada ocorrência de óbito materno em municípios de fronteira reflete a fragilidade na atenção ao pré-natal, parto e puerpério, aliada a vulnerabilidade social vivenciada pelas mulheres residentes.

References

World Health Organization. United Nations Children's Fund. Trends in maternal mortality 2000 to 2017: estimates by WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and the United Nations Population Division [internet]. Geneva: World Health Organization; 2019 [cited 2019 jul 9]. 104p. Available from:http://documents.worldbank.org/curated/en/793971568908763231/pdf/Trends-in-maternal-mortality-2000-to-2017-Estimates-by-WHO-UNICEF-UNFPA-World-Bank-Group-and-the-United-Nations-Population-Division.pdf

Organização das Nações Unidas. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável [Internet]. Rio de Janeiro: Nações Unidas; 2015 [citado

jun 01]. 41 p. Disponível em: https://www.undp.org/content/dam/brazil/docs/agenda2030/undp-br-Agenda2030-completo-pt-br-2016.pdf

Leal MC, Szwarcwald CL, Almeida PVB, Aquino EML, Barreto ML, Barros F, Victora C. Saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil nos 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 23(6): 1915-28.

Tamaki EM, Ferraz AF, Pontes ERJC, Cazola LHO, Ajalla ME, Picoli RP, Favaro TR. O Projeto SIS-Fronteira no Estado de Mato Grosso do Sul. In: Souza ML, Ferreira LAP, Rezende VM, Branco ML. A saúde e a inclusão social nas Fronteiras. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2008. p. 177-208.

Fagundes HS, Kreutz IT, Nogueira VMR, Castamann D. Saúde na linha de fronteira Brasil-Uruguai: pactos e protagonismos dos atores locais. Rev Katal. 2018; 21(2): 293-304.

Aikes S, Rizzotto MLF. Integração regional em cidades gêmeas do Paraná, Brasil, no âmbito da saúde. Cad Saúde Pública. 2018; 34(8): e00182117.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatísticas. Cidades e Estados. [citado 2019 set 10]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ms.html

Rede Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações [Internet]. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2008 [citado 2019 set 5]. 349 p. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/indicadores.pdf

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica do óbito materno. Brasília: Ministério da Saúde; 2009. 84 p.

Ministério da Saúde (BR). Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Morbidade Hospitalar do SUS. Classificação Internacional de Doenças,10ª revisão; 2 ed. [citado 2018 nov 10]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/sih/mxcid10lm.htm

Rodrigues AGM, Cavalcante AES, Viana AB. Mortalidade materna no Brasil entre 2006-2017: análise temporal. ReTEP. 2019;11(1): 3-9.

Castro LMX, Simonetti MCM, Araújo MJO. Monitoramento e acompanhamento da política nacional de atenção integral à saúde da mulher - PNAISM e do Plano Nacional de Políticas para as mulheres - PNPM. Brasília, nov. 2015.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil 2014: uma análise da situação de saúde e das causas externas. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

Nunes JT, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad Saúde Colet. 2016; 24(2): 252-61.

Santos DR, Nogueira LMV, Paiva BL, Rodrigues ILA, Oliveira LF, Caldas SP. Mortalidade materna na população indígena e não indígena no Pará: contribuição para a vigilância de óbitos. Esc Anna Nery. 2017; 21(4): e20170161.

Vieira EW, Gazzinelli A. Grau de integração da Atenção Primária à Saúde de município de pequeno porte na Rede de Atenção à Saúde. Saude Soc. 2017; 26 (2): 448-61.

Zaslavsky R, Goulart BNG. Migração pendular e atenção à saúde na região de fronteira. Ciênc Saúde Coletiva. 2017; 22 (12): 3981-86.

GBD 2015 Maternal Mortality Collaborators. Global, regional, and national levels of maternal mortality, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016; 388:1775-812.

Carreno I, Bonilha ALL, Costa JSD. Evolução temporal e distribuição espacial da morte materna. Rev Saúde Pública. 2014; 48(4): 662-70.

Kifle D, Azale T, Gelaw YA, Melsew YA. Maternal health servisse seeking behaviors and associated factors among women in the rural district of Haramaya, Eastern Ethiopia: a cross-sectional, community-based study. Reprod Health. 2017; 14(1): 6.

Romero DE, Maia L, Muzy J. Tendência e desigualdade na completude da informação sobre raça/cor dos óbitos de idosos no Sistema de Informações sobre Mortalidade no Brasil, entre 2000 e 2015. Cad. Saúde Pública. 2019. 35(12): e00223218.

Leal MC, Gama SGN da, Pereira APE, Pacheco VE, Carmo CN do, Santos RV. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cad Saúde Pública. 2017; 33(Suppl 1): e00078816.

Pícoli RP, Cazola LHO, Lemos EF. Mortalidade materna segundo raça/cor, em Mato Grosso do Sul, Brasil, de 2010 a 2015. Rev. Bras. Saúde Materno Infantil. 2017; 17(4): 729-37.

Ozimek JA, Kilpatrick SJ. Maternal Mortality in theTwenty-FirstCentury. Obstet Gynecol Clin North Am. 2018; 45(2):175-86.

Theophilo RL, Rattner D, Pereira EL. Vulnerabilidade de mulheres negras na atenção ao pré-natal e ao parto no SUS: análise da pesquisa da Ouvidoria Ativa. Ciênc Saúde Colet. 2018; 23(1): 3505-16.

Lima MRG, Coelho ASF, Salge AKM, Guimarães JV, Costa PS, Sousa TCC, Mattos, DV, Sousa MAA. Alterações maternas e desfecho gravídico-puerperal na ocorrência de óbito materno. Cad Saude Colet 2017; 25(3): 324-31.

Silva SC, Monteiro EA, Freitas WMF, Barros AG, Guimarães CMC, Melo AS. Diagnóstico da Situação de morte materna. Rev Bras Promoção da Saúde 2019; 32:9259.

Carvalho PI de, Frias PG de, Lemos MLC, Frutuoso LALM; Figueirôa BQ, Pereira CCB, Barreto IC, Vidal SA. Perfil sociodemográfico e assistencial da morte materna em Recife, 2006-2017: estudo descritivo. Epidemiol Serv Saúde. 2020; 29(1): e2019185.

Coelho JLG, Silva CJF, Feitosa FLS, Santana WJ, Rangel FEP, Mendes RC, Miranda TAS. Prevalência de óbitos maternos na microrregião do Cariri Do Ceará.

Braz J of Develop. 2020; 6(7): 44311-44320.

Agranonik M, Jung RO. Qualidade dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e sobre mortalidade no Rio Grande do Sul, Brasil, 2000 a 2014. Ciênc Saúde Coletiva. 2019; 24(5): 1945-58.

Published

2020-09-04

How to Cite

Silva, R. D. F. da, Cazola, L. H. de O., Tamaki, E. M., & Pícoli, R. P. (2020). Mortalidade Materna nas Fronteiras Brasil/Paraguai e Brasil/Bolívia em Mato Grosso do Sul, 2012-2018 / Maternal Mortality on the Borders of Brazil/Paraguay and Brazil/Bolivia in Mato Grosso do Sul, 2012-2018. Brazilian Journal of Development, 6(9), 65210–65220. https://doi.org/10.34117/bjdv6n9-089

Issue

Section

Original Papers