A (re)denção da historiografia e a prática escolar: trocas entre saberes, mobilizações e direitos étnicos / The (re) dention of historiography and school practice: exchanges between knowledge, mobilizations and ethnic rights

Authors

  • Mikaela Moreno Vasconcelos Araujo
  • Alexandre Gomes Teixeira Vieira
  • Tatiane Lima de Almeida

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-229

Keywords:

Mobilização, Indígenas, Educação.

Abstract

A educação intercultural enquanto via de ação política é urgente no sentido de mudança da prática de ensino da história indígena tende a re-descobrir, tirar da invisibilidade, realocar na história as várias etnias e maneiras de ser índio no Brasil, e o apagamento desses povos no nordeste brasileiro. Esse clamor iniciaria por uma revisão, onde o resgatar desses povos esquecidos da história venha redimir a própria historiografia do papel que teve em negligencia-los. Este trabalho se propôs a realizar uma etnografia do ensino da temática indígena nas escolas do município de Capoeiras/PE, a partir da percepção de docentes e discentes. Para partir daí, intervir através da Pesquisa Ação em atividades no viés intercultural, com isso realocar os índios no que diz respeito ao ensino da história. Pela importância do estudo sobre os povos originários, a presente pesquisa visa contribuir com o diálogo entre antropologia e educação, para que de fato possamos pensar o ensino como ferramenta de mobilização no que diz respeito aos direitos étnicos. E que a sala de aula seja um ambiente mediador de valorização e reconhecimento dos direitos das etnias existentes, principalmente em contexto local e sua importância na formação cultural da sociedade. Com isso, pensar a educação como mediadora de atores e mudanças sociais, um espaço onde o reconhecimento e as mobilizações das comunidades tradicionais possam ganhar força e reconhecimento. O diálogo respaldada na reflexão da Lei 11.645/2008, tendo em vista que a história indígena tratada no âmbito escolar ainda está carregada de preconceitos e estereótipos, tal justificativa se faz necessária, tamanha a carência de esclarecimentos diante do não reconhecimento do índio enquanto sujeito de direitos e do tempo presente.

References

COELHO, Mauro Cesar. “ A história, índio e o livro didático: apontamentos para uma reflexão sobre o saber histórico”. MAGALHÃES, Marcelo; REZNIK, Luis; ROCHA, Helenice. A História na Escola. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2009, pp. 263-281.

COLETT, Célia; PALADINO, Mariana; RUSSO, Kelly. Quebrando Preconceitos subsídios para o ensino das culturas e história dos povos indígenas. Rio de Janeiro: Contracapa Livraria Ltda. 2013.

FEIL, Roselene. O (não) lugar do indígena na “literatura brasileira”: por onde começar a inclusão? Boitatá, Londrina, n. 12, p. 122-137, jul-dez 2011.

GRUZINSKI, Serge. O Pensamento Mestiço. Tradução Rosa Freyre D’Aguiar. São Paulo, Companhia das Letras, 2001.

GUSMÃO, Neusa Maria Mendes. Por uma Antropologia da Educação no Brasil. Pro-Posições, Campinas, v.21, n.2 (62), p. 259-265, maio/ago. 2010.

GUSMÃO, Neusa Maria Mendes. Antropologia e educação: Origens de um diálogo. Cadernos CEDES, vol.18, n. 43, Campinas, Dec. 1997.

HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

MEDEIROS, Juliana Schineider. Povos indígenas e a Lei nº. 11.645: (in)visibilidades no ensino da história do Brasil. In: BERGAMASHI, Maria Aparecida; ZEN, Maria Isabel Habckost Dalla; XAVIER; Maria Luísa Merino de Freitas, (orgs) Povos Indígenas & Educação. Porto Alegre: editora Mediação, 2012. P. 49-62.

MINAYO, M.C.S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis – RJ. Vozes, 2016.

MONTEIRO, John. “O desafio da história indígena no Brasil”, in Aracy Lopes Silva; Luís D. B. Grupioni (orgs.), A temática indígena na escola, Brasília, MEC/MARI/UNESCO.

________________ “Redescobrindo os índios da América portuguesa: Antropologia e história”, in O. A. Aguiar; J. E. Batista; J. Pinheiro (orgs.), Olhares contemporâneos: cenas do mundo em discussão na universidade. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001.

MOREIRA NETO, Carlos de Araujo. Os índios e a ordem imperial. Brasília: CGDOC/FUNAI, 2005.

MOREIRA, Vânia. O ofício do historiador e os índios: sobre uma querela no império. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 30, nº 59, 2010, pp. 53-72.

MUNDURUKU, Daniel, O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970). Ed. Paulinas, São Paulo, 2012.

NASCIMENTO, Raimundo Nonato Ferreira do; SOUZA, Vânia Rocha Fialho de Paiva, Antropologia, Educação e Estado Pluricultural: notas sobre o sistema educacional brasileiro frente à pluralidade cultural. O público e o privado, nº 16. 2010.

OLIVEIRA, João Pacheco de. e FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. A Presença Indígena na Formação do Brasil / – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.

OLIVEIRA, João Pacheco. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana [online]. 1998, vol. 4, n.1 [cited 2017-07-13], pp. 47-77. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Apresentação da edição em português. In: LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. pp.19-20, 2005.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 227-277

RODRIGUES, Rosiane. “nós” do Brasil: estudo das relações étnico-raciais. São Paulo. Moderna. 2012.

SILVA, E. Xucuru: memórias e história dos indios da Serra do Ororubá (Pesqueira-PE), 1950-1988. Recife. Editora da UFPE, 2014.

SILVA, Edson. “Povos indígenas: história, culturas e o ensino a partir da lei 11.645”. In: Revista Historien UPE/Petrolina, v. 7, p. 39-49, 2012.

THIÉL, Janice Cristine. A Literatura dos Povos Indígenas e a Formação do Leitor Multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, out./dez. 2013.

VALLE, Sarah Maranhão. A perpetuação da conquista: a destruição das aldeias indígenas em Pernambuco do Século XIX. Recife: UFPE, 1992. (Dissertação Mestrado em História).

Published

2021-01-20

How to Cite

Araujo, M. M. V., Vieira, A. G. T., & Almeida, T. L. de. (2021). A (re)denção da historiografia e a prática escolar: trocas entre saberes, mobilizações e direitos étnicos / The (re) dention of historiography and school practice: exchanges between knowledge, mobilizations and ethnic rights. Brazilian Journal of Development, 7(1), 3398–3415. https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-229

Issue

Section

Original Papers