Sífilis congênita em hospital público de referência: análise da prevalência e fatores associados / Congenital syphilis in a public reference hospital: analysis of prevalence and associated factors

Authors

  • Lorena Torres Magalhães
  • Eduarda Vianna Guimarães Balestra
  • Marcos Cândido Junqueira Filho
  • Pedro Wilson Xavier Teixeira
  • Gabriel Ventura Machado Amaral
  • Erasmo Eustáquio Cozac

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-503

Keywords:

Sífilis, Sífilis Congênita, Prevalência, Saúde Pública.

Abstract

A sífilis é uma doença infecciosa de caráter sistêmico, passível de prevenção e que, quando não tratada precocemente, pode evoluir para um quadro crônico com sequelas irreversíveis. Causada pelo Treponema pallidum, é uma doença sexualmente transmissível. Quando não tratada durante a gestação, resulta em considerável proporção de mortes fetais e neonatais precoces com alta probabilidade de transmissão vertical, principalmente nas fases primária e secundária, aumentando o risco de mortes perinatais. A infecção pode causar consequências graves para o concepto: aborto, óbito fetal e sequelas motoras, cognitivas, neurológicas, visuais e auditivas. Neste estudo observacional transversal descritivo de natureza quantitativa, foi observado o perfil da gestante quanto aos seguintes preditores da sífilis congênita: faixa etária, nível de escolaridade, realização ou não de pré-natal e diagnóstico durante a gravidez ou pós-parto e adesão ao tratamento. A incidência média foi de 11,4 casos/ 1.000 nascidos vivos. Ao avaliar os aspectos sociodemográficos da mãe transmissora de sífilis congênita observou-se que 56,10% (46/82) das mulheres estão com faixa etária entre 20 e 29 anos. A respeito do grau de instrução das gestantes, 50,00% (41/82) das grávidas analisadas possuíam baixa escolaridade apresentando apenas o ensino fundamental completo. Observou-se que 84,15% (69/82) das gestantes realizaram o pré-natal de forma correta e 68,30% (56/82) receberam o diagnóstico de sífilis durante o pré-natal. Em relação ao tratamento, foi possível identificar que 79,27% (65/82) das gestantes receberam o tratamento inadequado. Sendo possível, dessa forma, avaliar que as falhas não estão no acesso ao sistema de saúde, mas na realização do tratamento.

References

Peeling RW, Mabey D, Kamb ML, Chen X, David J, Benzaken AS, et al. HHS Public Access. Syphilis. Nat Rev Dis Prim. 2018;3(17073):49.

Andrade ALMB, Magalhães PVVS, Moraes MM, Tresoldi AT, Pereira RM. Diagnóstico tardio de sífilis congênita: uma realidade na atenção à saúde da mulher e da criança no brasil TT - Late diagnosis of congenital syphilis: a recurring reality in women and children health care in brazil. Rev Paul Pediatr (Ed Port, Online) [Internet]. 2018;36(3):376–81. Available at: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822018000300376%0Ahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S0103-05822018000300376

Domingues RMSM, de Mello Lauria L, Saraceni V, do Carmo Leal M. Manejo da sífilis na gestação: Conhecimentos, práticas e atitudes dos profissionais pré-natalistas da rede SUS do município do Rio de Janeiro. Cienc e Saude Coletiva. 2013;18(5):1341–51.

Magalhães DM dos S, Kawaguchi IAL, Dias A, Calderon I de MP. sífilis materna e congênita: Ainda um desafio. Cad Saude Publica. 2013;29(6):1109–20.

Alonso M. Regional iniciative for the elimination of mother-to-child transmission of HIV and congenital syphilis in Latin America and the Caribbean: regional monitoring strategy 2010 [Internet]. CLAP/WR. Scientific PublicationCLAP/SMR. Publicación Científica. 2010. 62 p. Available at: http://www.clap.ops-oms.org/web_2005/BOLETINES Y NOVEDADES/EDICIONES DEL CLAP/CLAP1574-2.pdf

Fonseca HLP, Baumgaertner CD. Boletim Epidemiológico de Sífilis. 2017;1–21.

Secretária de Estado da Saúde de Goiás. Situação Epidemiológica da Sífilis Adquirida, Sífilis em Gestante e Sífilis Congênita no Estado de Goiás. Goiânia, GO; 2017.

Benito LAO, De Souza WN. Perfil epidemiológico da sífilis congênita no Brasil no período de 2008 a 2014. Univ Ciências da Saúde. 2016;14(2).

Sousa OC, Matos PVC, Aguiar DG, Rodrigues RL, Macêdo IC, Cordeiro DSM, et al. Sífilis congênita: o reflexo da assistência pré-natal na Bahia/Congenital syphilis: the reflex of pre natal care in Bahia. Brazilian J Heal [Internet]. 2018;1(2):477–84. Available at: http://inseer.ibict.br/bjh/index.php/bjh/article/view/8

Alves WA, Cavalcanti GR, Nunes F de A, Teodoro WR, Carvalho LM de, Domingos RS. Sífilis Congênita: Epidemiologia dos Casos Notificados em Alagoas, Brasil, 2007 a 2011. Rev Portal Saúde e Soc. 2016;01(01):27–41.

Domingues RMSM, Leal M do C. [Incidence of congenital syphilis and factors associated with vertical transmission: data from the Birth in Brazil study]. Cad Saude Publica [Internet]. 2016;32(6):1–12. Available at: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27333146

Domingues RM, Saracen V, Hartz ZM, Leal MD. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Revista de Saúde pública. 2013 Feb;47(1):147-57.

Martinez EZ, Zucoloto ML, da Silva AS, Brunherotti MAA. Attributable fraction of congenital syphilis due to the lack of prenatal care. Rev Soc Bras Med Trop. 2019;52(May):0–2.

Araújo CL de, Shimizu HE, Sousa AIA de, Hamann EM. Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família. Rev Saude Publica. 2012;46(3):479–86.

De Oliveira ALF, Oliveira DRS, Leite JJ. Avaliação dos estudos acerca do manejo de sífilis congênita entre 2010 e 2015. Renome. 2019;7(1):73–86.

Wijesooriya NS, Rochat RW, Kamb ML, Turlapati P, Temmerman M, Broutet N, Newman LM. Global burden of maternal and congenital syphilis in 2008 and 2012: a health systems modelling study. The Lancet Global Health. 2016 Aug 1;4(8):e525-33.

Lafetá KRG, Martelli Júnior H, Silveira MF, Paranaíba LMR. Sífilis materna e congênita, subnotificação e difícil controle. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(1):63–74.

Campos AL de A, Araújo MAL, de Melo SP, Gonçalves MLC. Epidemiologia da sífilis gestacional em Fortaleza, Ceará, Brasil: Um agravo sem controle. Cad Saude Publica. 2010;26(9):1747–55.

Araujo E da C, Costa K de SG, Silva R de S e, Azevedo VN da G, Lima FAS. Importância do pré-natal na prevenção da Sífilis Congênita. Rev Para Med. 2006;20(1):47–51.

Pucher P, Sodergren MH, Alkhusheh M, Clark J, Jethwa P, Teare J, et al. Protocolo clinico e diretrizes terapeuticas para prevencao da transmissão vertical de HIV, Sífilis e Hepatites virais [Internet]. Vol. 20, Surgical Innovation. 2019. 183–189 p. Available at: http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1553350612460767

Tsimis ME, Sheffield JS. Update on syphilis and pregnancy. Birth defects research. 2017 Mar 15;109(5):347-52.

Saraceni V, Miranda AE. Relação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e o diagnóstico de sífilis na gestação e sífilis congênita. Cad Saude Publica. 2012;28(3):490–6.

Cardoso A dos ST, Souza GiS, Costa EA, Araújo PS, Lima YOR. Desabastecimento da penicilina e impactos para a saúde da população. Cienc e Saude Coletiva. 2015;

Brasil. Diretrizes para o Controle da Sífilis Congênita. Man Bols. 2015;70(5):497–8.

Costa CC da, Freitas LV, Sousa DM do N, Oliveira LL de, Chagas ACMA, Lopes MV de O, et al. Sífilis congênita no Ceará: análise epidemiológica de uma década. Rev da Esc Enferm da USP. 2013;47(1):152–9.

Published

2021-01-20

How to Cite

Magalhães, L. T., Balestra, E. V. G., Filho, M. C. J., Teixeira, P. W. X., Amaral, G. V. M., & Cozac, E. E. (2021). Sífilis congênita em hospital público de referência: análise da prevalência e fatores associados / Congenital syphilis in a public reference hospital: analysis of prevalence and associated factors. Brazilian Journal of Development, 7(1), 7444–7456. https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-503

Issue

Section

Original Papers