Adesão do paciente com Doença de Fabry ao tratamento / Adherence of the patient with Fabry's Disease to the treatment

Authors

  • Adriana Rosa Deboni Dezuane Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná
  • Ana Luíza Lemos de Freitas
  • Gabrielle Grisolia Assad
  • Viviane Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n4-498

Keywords:

Doença de Fabry, Tratamento, Adesão.

Abstract

Doença de Fabry é um erro inato do catabolismo de glicoesfingolipídeos decorrente de mutações presentes no gene codificante da ? galactosidase, que causam a deficiência total ou parcial dessa enzima lisossômica, cuja atividade falha resulta no depósito intralisossômico e plasmático de globotriasilceramida e outros glicoesfingolipídeos neutros dotados de resíduos terminais ?-galactosil. Apesar de apontada como rara, a Doença de Fabry provoca complicações sistêmicas e, com sua progressão, pode causar danos irreversíveis a órgãos vitais, como rins, coração e cérebro. Trata-se, ainda, de uma doença que requer tratamento específico e contínuo. Portanto, é de extrema importância identificar a adesão do paciente ao tratamento, a fim de evitar que o mesmo seja realizado inadequadamente e resulte em danos. Objetivo: identificar a adesão dos pacientes com Doença de Fabry ao tratamento. Metodologia: trata-se de um estudo de campo, de caráter qualitativo, descritivo e prospectivo, em que foram avaliados pacientes com Doença de Fabry que realizam o tratamento no Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto (SENERP). Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-estruturada, fundamentada na literatura analisada e no objetivo do estudo, alicerçado em um roteiro aberto, de modo a conceder ao entrevistador a flexibilidade de aprofundar e alterar o rumo da conversa, conforme as necessidades da pesquisa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, conforme parecer n. 2.797.418. Resultados: foram entrevistados quatro pacientes diagnosticados com Doença de Fabry, sendo dois homens e duas mulheres, com idades variando de 19 a 57 anos, média de 37 anos, todos da cor de pele branca, 3 (75%) são casados e 1 (25%) solteiro. Todos residem com seus familiares. Quanto à escolaridade 2 (50%) cursaram até o ensino Médio e 2 (50%) o ensino Superior (Graduação). Em relação às comorbidades 1 (25%) refere ter hipertensão arterial sistêmica e 1 (25%) doença renal crônica. Analisaram-se as repostas dos pacientes e constataram-se que os termos/palavras predominantes foram: conhecimento a respeito da doença, relação médico x paciente, efeitos adversos do medicamento Replagal® e adesão do paciente ao tratamento. Conclusão: reconheceu-se que o conhecimento e diagnóstico precoce da doença são importantes ferramentas para prevenir as manifestações renais, cardíacas e cerebrovasculares tardias que ameaçam a vida dos pacientes com doença de Fabry. Observou-se que os pacientes desse estudo têm uma adequada adesão ao tratamento, visto que apresentam conhecimento acerca de seu estado de saúde e que foram muito bem orientados após o diagnóstico e possuem entendimento sobre sua terapêutica.

 

 

References

BOGGIO, P. et al. Fabry disease. Anais brasileiros de dermatologia, v. 84, p. 367-376, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas reguladoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução n. 466/12 Brasília (DF); 2013.

BREUNIG, F. et al. Clinical benefit of enzyme replacement therapy in Fabry disease. Kidney international, v. 69, n. 7, p. 1216-1221, 2006.

CAPRARA, A.; RODRIGUES, J. A relação assimétrica médico-paciente: repensando o vínculo terapêutico. Ciência &Saúde Coletiva, v. 9, p. 139-146, 2004.

CLARK, O.; CLARK, L. Doença de Fabry. Editora Plan Mark, 2012.

CORDEIRO, C. A. et al. Córnea verticilata-marcador clínico da doença de Fabry: relato de caso. Arq Bras Oftalmol, v. 70, p. 701-5, 2007.

CORREIA, C. G. Expressão Clínica da Doença de Fabry em Mulheres Portadoras da Mutação.2012. Monografia (Graduação em Medicina) – Salvador, Bahia.

DESNICK, R. J. et al. Fabry disease, an under-recognized multisystemic disorder: expert recommendations for diagnosis, management, and enzyme replacement therapy. Annals of Internal Medicine, v. 138, p. 338-346, 2003.

ECHEVARRIA, L. et al. X?chromosome inactivation in female patients with Fabry disease. Clinical Genetics, v. 89, p. 44-54, 2016.

ENG, C. M. et al. Safety and efficacy of recombinant human ?-galactosidase A replacement therapy in Fabry's disease. New England Journal of Medicine, v. 345, p. 9-16, 2001.

FULLER, M. et al. Immunoquantification of ?-galactosidase: evaluation for the diagnosis of Fabry disease. Clinical Chemistry, v. 50, p. 1979-1985, 2004.

GERMAIN, D. P. Fabry disease. Orphanet Journal of Rare Diseases, v. 5, n. 1, p. 30, 2010.

GIUGLIANI, R. et al. A 15-Year Perspective of the Fabry Outcome Survey. Journal of Inborn Errors of Metabolism and Screening, v. 4, p. 1-12, 2016.

ISHII, S. Pharmacological chaperone therapy for Fabry disease. Proceedings of the Japan Academy, Series B, v. 88, p. 18-30, 2012.

KISINOVSKY, I. et al. Home infusionprogram for Fabrydisease: experience with agalsidase alfa in Argentina. Medicina (Buenos Aires), v. 73, n. 1, 2013.

KOLODNY, E. H.; PASTORES, GREGORY, M. Anderson-Fabry disease: extrarenal, neurologic manifestations. Journal of the American Society of Nephrology, v. 13, p. S150-S153, 2002.

LARRALDE, M. et al. Fabry disease: a study of 6 hemizygous men and 5 heterozygous women with emphasis on dermatologic manifestations. Archives of Dermatology, v. 140, p. 1440-1446, 2004.

LINHART, A.; ELLIOTT, P. M. The heart in Anderson-Fabry disease and other lysosomal storage disorders. Heart, v. 93, p. 528-535, 2007.

LUNA, P. C.; BOGGIO, P.; LARRALDE, M. Dermatologic Aspects of Fabry Disease. Journal of Inborn Errors of Metabolism and Screening, v. 4, p. 1-7, 2016.

MEHTA, A.; GINSBERG, L. Natural history of the cerebrovascular complications of Fabry disease. Acta Pediatrica, v. 94, p. 24-27, 2005.

MEHTA, A. et al. Fabry disease: a review of current management strategies. QJM: An International Journal of Medicine, v. 103, p. 641-659, 2010.

NAKAO, S. et al. Fabry disease: Detection of undiagnosed hemodialysis patients and identification of a “renal variant” phenotype. Kidney International, v. 64, p. 801-807, 2003.

SILVA, C. A. B. Doença de Fabry. Revista Médica da UFPR, v. 4, p. 23-30, 2017.

SCHIFFMANN, R. et al. Enzyme replacement therapy in Fabry disease: a randomized controlled trial. Jama, v. 285, n. 21, p. 2743-2749, 2001.

SODI, A. et al. Ocular manifestations of Fabry’s disease: data from the Fabry Outcome Survey. British Journal of Ophthalmology, v. 91, p. 210-214, 2007.

TORRA, R.; ORTÍZ, A. Fabry disease: the many faces of a single disorder. Nephrology Dialysis Transplantation Plus, v. 5, p. 379-382, 2012.

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doenças Raras: conhecimento é o primeiro passo para inclusão. 28 de fevereiro de 2019.

VIEITEZ, I. et al. Fabry disease in the Spanish population: observational study with detection of 77 patients. Orphanet Journal of Rare Diseases, v. 13, n. 1, p. 52, 2018.

Published

2021-04-19

How to Cite

Dezuane, A. R. D., de Freitas, A. L. L., Assad, G. G., & Ferreira, V. (2021). Adesão do paciente com Doença de Fabry ao tratamento / Adherence of the patient with Fabry’s Disease to the treatment. Brazilian Journal of Development, 7(4), 40662–40673. https://doi.org/10.34117/bjdv7n4-498

Issue

Section

Original Papers