O Uso de Proxies de Controle Gerencial em Micro e Pequenas Empresas Gerenciadas por Mulheres / The Use of Management Control Proxies in Micro and Small Enterprises Managed by Women

Authors

  • Helena de Oliveira Leite
  • Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo
  • Franciele do Prado Daciê

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n4-577

Keywords:

Proxies de Controle Gerencial, Micro e pequenas empresas, Gênero.

Abstract

A figura das micro e pequenas empresas (MPE) assumem representativo papel no desenvolvimento econômico e social do país, assumindo seu dirigente a tarefa principal de superar os desafios impostos pelo mercado em busca da sobrevivência. Diante desse cenário, observa-se que a participação das mulheres na economia cresce significativamente. Elas assumem papeis até então considerados masculinos, revelando uma tendência de equilíbrio entre gêneros no ambiente empresarial, inclusive nas pequenas empresas. Quanto a forma de gestão, a literatura existente sugere que mulheres possuem formas particulares ao empreender, traçar estratégias e liderar. Objetiva-se, desse modo, verificar se existem diferenças quanto ao uso de proxies de controle gerencial em relação ao gênero do empreendedor-gestor. O estudo foi realizado por meio de um survey com 196 MPEs localizadas na região noroeste do Paraná e participantes do Programa Bom Negócio Paraná. A análise de agrupamentos entre gêneros viabilizou-se por meio da Análise de Correspondência Múltipla (ACM), sendo levantadas quatro dimensões relacionadas a controles internos, o planejamento, a área financeira e de contabilidade, os aspectos mercadológicos e o controle de pessoal. Os achados apurados nessa pesquisa evidenciaram que os homens mostram-se mais propensos a utilizar em seu empreendimento práticas gerenciais como suporte ao processo decisorial se comparados as mulheres. Observa-se também que, embora ainda seja grande a frequência de MPEs que não fazem uso desses instrumentos de auxílio à tomada de decisão, entende-se que os resultados encontrados ratificam a ideia de que as mulheres tendem a ser motivadas em suas decisões pelas relações pessoais enquanto os homens guiam-se por evidências racionais.

 

References

Ahmad, K. (2014). The Adoption of Management Accounting Practices in Malaysian Small and Medium-Sized Enterprises. Asian Social Science, 10(2), 236-249.

Almeida, C.A., Antonialli, L.M., Gomes, A.F. (2011). Comportamento Estratégico de Mulheres Empresárias: Estudo baseado na tipologia de Miles e Snow. Revista Ibero- Americana de Estratégia- RIAE, 10(1), 102-127.

Anthony, R.N.; Govindarajan, V. (2008). Sistemas de controle gerencial. São Paulo: McGraw-Hill.

Birley, S., Harris, P., Harris, P. (1988). Female entrepreneurs – Are they really any different?

Journal of Small Business Management, 5, 87.

Bryman, A. (2008). Social Research Methods. 3.ed. Oxford: Oxford University Press.

Bruin, A. D., Brush, C.G., Welter, F. (2007). Advancing a Framework for Coherent Research on Women’s Entrepreneurship, Entrepreneurship Theory and Practice, 31(3), 323–339.

Buttner, E. H., Moore, D. P. (1997). Women’s organizational exodus to entrepreneurship: self-reported motivations. Journal of Small Business Management, 35(1).

Carland, J.W., Hoy, F., Boulton, W. R. (1984). Differentiating entrepreneurs from small business owners: a conceptualization. Academy of Management Review, 9(2), 354-359.

Carter, S. (2001). Multiple Business Ownership in the Farm Sector: Differentiating Monoactive, Diversified and Portfolio Enterprises. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, 7(2), 43-59.

Carter, R., Van, A. (2006). Howard Small Firm Bankruptcy. Journal of Small Business Management, 44(4), 493-512.

Chenhall, R.H., Morris, D. (1986). The Impact of Structure, Environment, and Interdependence on the Perceived Usefulness of Management Accounting Systems. The Accounting Review, 61, 16-35.

Clausen, S.E. (1998). Applied correspondence analysis: an introduction. Quantitative Applications in the Social Sciences. Thousand Oaks, CA: Sage University Papers Series; 1998.

Coleman, S. (2007). The Role of Human and Financial Capital in the Profitability and Growth of Women-Owned Small Firms, Journal of Small Business Management 45(3), 303-319.

Cooper, D.R., Schindler, P.S. (2003). Métodos de Pesquisa em Administração. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

Crivisqui, E. (1995). Apresentação da análise fatorial de correspondência simples e múltiplas. Programme de Recherche et D'Enseignement en Statistique Appliquée. PRESTA, Belgique, Université Libre de Bruxelles. 162p.

Cuevas, J.G., Gutierrez, M.J. (2008). Behaviour of the woman entrepreneur: a global perspective. Revista de Economia Mundial, 18, 381-392.

DeMartino, R., Barbato, R. (2003). Difference Between Women and Men MBA Enterpreneurs: Exploring Family Flexibility and Wealth Creation as Career Motivator. Jornal or Business Veturing, 18, 815-832.

Donaldson, L. (1999). Teoria da Contingência Estrutural. In: Clegg, S. R., Hard, C., Nord,

W.R. Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas. 105-133.

Eagly, A.H., Carli, L. L. (2007). Through the labyrinth: the truth about how women become leaders. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Publishing.

Fávero, L. P., Belfiore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro, Elsevier.

Ferreira, G. F., Bastos, E. A. P., D'angelo, M. J. (2018). A look at women's transition from formal labor to self-employment based on endogenous stimuli. RAM. Revista de Administração Mackenzie, 19(2), eRAMG180086. Epub 16 de abril de 2018.https://doi.org/10.1590/1678-6971/eramg180086

Fleury, A. (1995). Quality and Productivity in the Competitive Strategies or Brazilian Industrial Enterprises. World Devepment, 23(1), 73-85.

Filion, L.J. (1999). Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração, 34(2), 5-28.

Flamholtz, E.G. (1979) Organizational Control Systems as a Managerial Tool. California Management Review, 22(2), 50-59.

Frezatti, F. (2005). Management accounting profile of firms located in Brazil: a field study.

Brazilian Administration Review, 2(1), 73-87.

Frezatti, F., Carter, D.B., Barroso, M.F.G. (2014). Accounting without accounting: Informational proxies and the construction of organisational discourses. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 27(3), 426-464.

Gil, A.C. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas. Gomes, M. T. (1997). Abaixo os homens? Exame, ed. 641, 31(16), 16-128.

Gutiérrez, P.R., Fuentes, M.M.F., Ariza, L.R. (2014). Strategic Capabilities and Performance in Women-Owned Businesses in Mexico. Journal of Small Business Management, 52(3), 541–554.

Global Entrepreneurship Monitor (GEM). (2014). Empreendedorismo no Brasil. Curitiba: IBPQ.

Greco, S.M.S.S. (2006). Empreendedorismo no Brasil: 2005. 144 p. Curitiba: IBQP.

Hair Jr., J. F. et al. (2005). Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre, Bookman.

Jonathan, E.G, Silva, T. M. R. (2007). Empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes. Psicologia e Sociedade, 19(1), 77-84.

Kassai, S. (1997). As empresas de pequeno porte e a Contabilidade. Caderno de Estudos, 9(15), 60-74.

Katila, R., S. Shane (2005). When Does Lack of Resources Make New Firms Innovative?

Academy of Management Journal, 48(5), 814–829.

Kotler, P. (1998). Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5.ed. São Paulo: Atlas.

Lacombe, B. M. G., Albuquerque, L. G. (2008). Avaliação e mensuração de resultados em gestão de pessoas: um estudo com as maiores empresas instaladas no Brasil. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, 43(1), 5-16.

Lawlor, J. (1994). Executive exodus. (Women managers leaving corporations). Working Woman, 19(11), 38-41.

Leite, C. L. P. (1994). Mulheres: muito além do teto de vidro. São Paulo: Atlas.

Lerner, M., Almor, T. (2002). Relationships among Strategic Capabilities and the Performance of Women-Owned Small Ventures. Journal of Small Business Management. 40(2), 109-125.

Machado, H.V. (2002). Identidade empreendedora de mulheres no Paraná. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.

Machado, H.V., Gimenez, F.P. (1999). Casais Empreendedores: do contrato civil ao contrato administrativo. Anais do XIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Rio de Janeiro, 1999.

Machado, H.V., ST-Cyrl, L., Mione, A., Alves, M.C.M. (2003). O processo de criação de empresas por mulheres. RAE-Eletrônica, 2(2), 2-21.

Mallon, M., Cohen, L. (2001). Time for a Change? Women's Accounts of the Move from Organizational Careers to Self-Employment. British Journal of Management, 12, 217-230. Mehralizadeh, Y., Sajady, H. (2006). A study of factors related to successful and failure of entrepreneurs of small industrial business with emphasis on their level of education and

training. Recuperado de: http://ssrn.com/abstract=902045. Acesso em: 03/12/2014.

Merchant, K.A., Van Der Stede, W.A. (2007). Management control systems: performance measurement, evaluation and incentives. Pearson, 2007.

Mizumoto, F.M., Artes, R., Lazzarini, S.G., Hashimoto, M. Bedê, M.A., (2010). A sobrevivência de empresas nascentes no estado de São Paulo: um estudo sobre capital humano, capital social e práticas gerenciais.. Revista de Administração, 45(4), 343-355.

Ndemo, B., Maina, F.W. (2007). Women entrepreneurs and strategic decision making.

Management Decision, 45(1), 118-130.

OECD. (1998). Proceedings of Women Entrepreneurs in Small and Medium Enterprises.

Paris: OECD.

OECD. (2000). Les femmes entrepreneurs à la tête de PME: pour une participation dynamique à la mondialisation et à l’économie fondée sur le savoir. November, 29-33. Paris, OCDE.

Pestana, M. H., Gageiro, J. N. (2000). Análise de dados para Ciências Sociais. A complementariedade do SPSS. 2ª ed., 360-368. Lisboa, Edições Sílabo Ltda.

Quental, C., Wetzel, U. (2002). Equilíbrio trabalho-família e empreendedorismo: a experiência das mulheres brasileiras. Anais do XXVI Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Salvador, BA, Brasil.

Raifur, L. (2013). Fatores determinantes de desempenho de pequenas e médias empresas da região centro-sul do estado do Paraná. Tese (Doutorado em Contabilidade), Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Reid, G. C., Smith, J. A. (2002). The bigger picture: feature on information management systems. Financial Management, 24-26.

Rosa, C. A. (2007). Como elaborar um plano de negócio. Brasília, SEBRAE.

Shane, S., Kolvereid, L., Westhead, P. (1991). An exploratory examination of the reasons leading to new firm formation across country and gender. Journal of Business Venturing, 6(6), 431-446.

Schumpeter, J. (1934). The Theory of Economic Development, Cambridge, MA: Harvard University Press.

Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE. (2014). Causa Mortis: O sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida. Disponível em: http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/EstudosPesquisas/mortalidade/causa_ mortis_2014.pdf. Acesso em: 27/11/2015.

Stroeher, A. M., Freitas, H. O uso das informações contábeis na tomada de decisão em pequenas empresas. Revista de Administração eletrônica, 1(1), 2008.

Sullivan. T.A., Warren, E., Westbrook, J. (1998). Financial Difficulties Of Small Businesses and Reasons For Their Failure, U.S. Small Business Administration. Business Bankruptcy Project, Townes Hall, The University of Texas at Austin, Austin. Disponível em: http://www.sba.gov/advo/research/rs188tot.pdf. Acesso em: 15/11/2015.

Valor Econômico. (31 outubro, 2014). Desigualdade de renda cai, mas mulher ainda ganha 30% menos, diz IBGE. Martins, D. Recuperado de: http://www.valor.com.br/brasil/3760452/desigualdade-de-renda-cai-mas-mulher-ainda- ganha-30-menos-diz-ibge. Acesso em: 10/11/2015.

Verheul, I., Resseeuw, P., Bartelse, G. (2002). Gender Differences in Strategy and Human Resourse Management: The Case or Dutch Real Estate Brokerage. International Small Business Journal, 20, 443.

Walbert, L. (1995). Uncommon women. CFO, 11(8), 34.

Widener, S. K. (2004). An empirical investigation of the relation between the use of strategic human capital and the design of the management control system. Accounting, Organizations and Society, 29, 377-399.

Winn, J. (2005). Women Entrepreneurs: Can We Remove the Barriers? The International Entrepreneurship and Management Journal, 1(3), 381–397.

Published

2021-04-25

How to Cite

Leite, H. de O., Espejo, M. M. dos S. B., & Daciê, F. do P. (2021). O Uso de Proxies de Controle Gerencial em Micro e Pequenas Empresas Gerenciadas por Mulheres / The Use of Management Control Proxies in Micro and Small Enterprises Managed by Women. Brazilian Journal of Development, 7(4), 41778–41806. https://doi.org/10.34117/bjdv7n4-577

Issue

Section

Original Papers