Cinema como oficina terapêutica: impactos na formação de acadêmicos de uma liga de saúde mental / Cinema as a therapeutic workshop: impacts on the formation of students from a mental health league
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-676Keywords:
Terapêutica, Saúde Mental, Mídia Audiovisual.Abstract
Introdução: Apesar da Lei 10.216 de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental para uma atenção menos hospitalocêntrica, mais socialmente integrada e mais humanizada, o ambiente das unidades de internação em saúde mental ainda traz consigo muitas das características manicomiais de instituição total como os horários rígidos, o uso de vestimentas padronizadas e, em muitos serviços, a escassez de atividades terapêuticas. Assim, amparados pela Extensão Universitária, estudantes dos cursos de Medicina e de Psicologia, integrantes de uma Liga Acadêmica de Saúde Mental, propuseram intervenções terapêuticas em uma Unidade de Internação de Saúde Mental de um Hospital Geral vinculado ao SUS a fim de contribuírem com a efetivação do cuidado integral e ampliarem o leque de suas formações para um cuidado humanizado, socializador e inovador. Objetivo: Relatar a experiência de aproximação dos graduandos com o cuidado em saúde mental por meio do projeto de extensão, avaliando os impactos dessa iniciativa na formação acadêmica dos estudantes, os efeitos sobre seu olhar clínico, o aprimoramento de sua escuta ativa e de suas habilidades de empatia. Metodologia: Foram realizadas oficinas semanais com exibição de mídias de diversos tipos e temáticas para pacientes, familiares e equipe do setor de Saúde Mental do hospital, com oferecimento de pipoca, suco e refrigerante, durante seis meses. Após a exibição de mídias curtas, abria-se espaço para que os pacientes expusessem suas impressões e sentimentos sobre o que foi exibido, dando-lhes, assim, a oportunidade de resgatar e descobrir aspectos de sua identidade, bem como pensar sobre temas pertinentes à vida. Resultados: Nesse sentido, houve interação e diálogo, principalmente entre pacientes e graduandos, de forma que os estudantes puderam refletir sobre a importância de diversos aspectos do cuidado em saúde mental, como a não-infantilização dos pacientes e a necessidade de enxergá-los para além de seus transtornos e do momento de internação que vivenciam. Conclusão: Por meio dessa vivência, os estudantes puderam trabalhar a interdisciplinaridade, assim como a integração entre a universidade e a atenção terciária em saúde mental. Além disso, contribuiu para que os alunos desenvolvessem uma visão crítica em relação ao serviço e identificassem suas próprias necessidades de aprendizado para o aperfeiçoamento do cuidado.
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