Fitossociologia de plantas espontâneas em agroecossistemas familiares de base ecológica Manaus – AM / Phytosociology of spontaneous plants in ecologically-based family agroecosystems Manaus - AM

Authors

  • Eraldo Ribeiro Barros
  • Nailson Celso da Silva Nina
  • Odiluza Maria Saldanha Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n11-238

Keywords:

Agroecologia, hortas orgânicas, flora espontânea.

Abstract

 As plantas espontâneas compõem a paisagem dos agroecossistemas convencionais e orgânicos. Sabe-se que estas plantas cumprem funções ecológicas que podem contribuir para a sustentabilidade dos agroecossistemas. Entretanto, faz-se necessários estudos sobre a dinâmica de ocorrência e ocupação da flora espontânea para se estabelecer as melhores estratégias de manejo. O objetivo da pesquisa foi fazer um levantamento e análise florística e fitossociológica das plantas espontâneas em agroecossistemas familiares de base ecológica em Manaus - AM. O estudo foi realizado no setor produção de hortaliças orgânicas da Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos (EARA) situada no município de Manaus-AM, Km 23 da BR 174. Para amostragem das plantas espontâneas utilizou-se um quadrado inventário lançado 24 vezes na área. A horta orgânica "mandala" estudada é um policultivo de hortaliças e frutíferas. Foram encontradas na área 15 espécies de plantas espontâneas, pertencente a 10 famílias, sendo onze dicotiledôneas (73%) e quatro (27%) monocotiledôneas. As famílias Euphorbiaceae, Amaranthaceae, Poaceae e Portulacaceae apresentaram maior número de indivíduos. As espécies Cyperus iria, Commelina difusa, Amaranthus hybridus, Alternanthera tenella e Eleusine indica foram as espécies mais frequentes. A Cyperus iria ocorreu em 50 % das parcelas avaliadas. A Cyperus iria, e Commelina diffusa tiveram maior densidade relativa, com destaque para a Cyperus iria. Possivelmente, a adaptabilidade desta espécie a solos ácidos e de baixa fertilidade e sua alta capacidade de rebrotamento favoreceu a sua ocorrência e predominância na área estudada. Com relação ao parâmetro fitossociológico IVI, a Cyperus iria obteve um IVI de 86%, seguida por Amaranthus hybridus, (33%), Commelina difusa, (33%), Chamaesyce hirta (22%) e Alternanthera tenella (19%). Outras espécies como a Brachiaria plantaginea, Phyllanthus niruri, Portulaca Oleracea e Priva bahiensis tiveram baixo IVI. O baixo IVI dessas espécies pode estar relacionado com o manejo da área com rotação de cultura e cobertura morta do solo. No agroecossistema estudado as dicotiledôneas foram predominantes. Porém em número de indivíduos por espécie as monocotiledôneas foram superiores. A Cyperus iria (monocotiledônea), ocorreu em 50% das parcelas avaliadas evidenciando alta plasticidade adaptativa e capacidade de rebrotamento. Sendo, portanto, necessários estudos mais aprofundados sobre o manejo desta espécie nos agroecossistemas familiares de base agroecológica.

References

AONA, L. Y. S.; AMARAL. M. C. E.; Commelina na Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB16911>. Acessado em: 20 jun. 2020;

BEZERRA, L. J. J; SILVA, C. L.; BORGES, A. L. T. F.; NASCIMENTO, T.G.; PRATA, A. P. N. Análise da composição fitoquímica e doseamento de flavonoides totais dos extratos hidroalcoólicos de cyperus iria L e cyperus articulatus. 2018;

BRAUN-BLANQUET, J. Fitossociologia bases para el estúdios de las comunidades vegetales. Madrid: H blume. p. 820. 1979;

CABI. Invasive Species Compendium. Wallingford, UK: CAB International. www.cabi.org/isc; 2020;

CURTIS, J. T.; MCINTOSH, R. P. The interrelations of certain analytic and synthetic phytosociological characters. Ecology, 31: p. 434-455. 1950;

FERREIRA, J. A.; Diagnostico de qualidade de solo por meio da ocorrência da vegetação espontânea como indicador biológico; trabalho de conclusão de curso para obtenção do titulo de engenheiro agrônomo ao IF sertão – PE campus Petrolina. 2015;

GALVÃO, A. K. L.; SILVA, J. F.; ALBERTINO, S. M. F.; MONTEIRO, G. F. P.; CAVALCANTE, D. P. Levantamento fitossociológico em pastagens no estado do Amazonas, planta daninha, Viçosa – MG; v.29, n 1, p. 29-75; 2011;

LIMA, L. K. S.; SILVA, J. S. S.; SANTOS, J. P. S.; ARAÚJO, A. E. Levantamento fitossociológico de plantas espontâneas na cultura do inhame sob produção orgânica; (ACSA); agropecuária científica no semiárido; v. 10, n. 2, p. 72-76, abr - jun, 2014.

LORENZI; H; Plantas daninhas do Brasil – terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. Instituo Plantarum, Nova Odesa 4º ed; p. 640; 2008;

MOREIRA, H. J. C.; BRAGANÇA, H. B. N.; Manual de Identificação de plantas Infestantes: hortifrut; Campinas – SP, FMC Agricultural products, 2011.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aimis and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons. p. 547. 1974;

OLIVEIRA, M. F; BRIGHENTI, A. M, Controle de plantas daninhas métodos físico, mecânico, biológico e alelopatia, Embrapa. Milho e sorgo, Brasília, DF. 2018.

PEREIRA, W; MELO. W. F.; Manejo de plantas espontâneas no sistema de produção orgânica de hortaliças; Circular Técnica; n. 62 Embrapa Hortaliças; Brasília-DF; p. 1-8; 2008;

PRIMA, A. A.; AHMED, R.; FARUK, A.; ZAFROON, Z.; DASH, P. R. Pharmacological importance of Commelina Diffusa (Commelinaceae) a review; IJLSR; International journal of life sciences and review; vol. 5; issue 1; p 5; 2019;

SIQUEIRA, J. C; Amaranthaceae; Flora fanerogâmica do estado de São Paulo; Volume. 2; FAPESP; HUCITEC, São Paulo. 2002;

TRINDADE, M. J. S; LAMEIRA. O. A.; Espécies uteis da família Eufhorbiaceae no Brasil; Revista cubana de plantas medicinais; V.19; n.4; 2014;

VARGAS, D. L.; FONTOURA, A. F.; WIZNIEWSKY, J. G. Agroecologia: base da sustentabilidade dos agroecossistemas; Geografia ensino e pesquisas, v.17, n 1, jan./abr.2013.

Published

2021-11-15

How to Cite

Barros, E. R., Nina, N. C. da S., & Oliveira, O. M. S. (2021). Fitossociologia de plantas espontâneas em agroecossistemas familiares de base ecológica Manaus – AM / Phytosociology of spontaneous plants in ecologically-based family agroecosystems Manaus - AM. Brazilian Journal of Development, 7(11), 105176–105185. https://doi.org/10.34117/bjdv7n11-238

Issue

Section

Original Papers