Diagnóstico citológico de otite externa em cães / Cytological diagnosis of external otitis in dogs

Autores

  • Mariana Graciano Furtado Teixeira
  • Tatiana Didonet Lemos
  • Denise de Mello Bobany
  • Maria Eduarda Monteiro Silva
  • Bethânia Ferreira Bastos
  • Maria Leonora Veras de Mello

Palavras-chave:

Secreção otológica, Caninos, Citologia

Resumo

A otite externa é uma doença multifatorial comum na clínica de pequenos animais e afeta caninos de todas as raças e idades. Os animais podem apresentar diversos sinais clínicos como inflamação, prurido, excessiva produção de secreção e dor. As infecções bacterianas e fúngicas são fatores secundários que agravam a doença e impedem a resolução do tratamento. A citologia do exsudato otológico é indispensável para confirmar a presença dessas infecções. O tratamento para otite externa em cães, geralmente, inclui terapia tópica com antibióticos, antifúngicos ou corticosteróides, comumente em associações tópicas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar citologicamente as amostras de secreção otológica de cães, que apresentaram sinais clínicos compatíveis com otite externa, para diagnosticar infecções fúngicas e bacterianas e os processos inflamatórios. Para realização do estudo foram utilizados 46 cães com sintomatologia de otite externa. Dos 46 animais, 27 possuíram otite externa bilateral e 19 desenvolveram otite unilateral. Dos 73 condutos analisados, Malassezia spp. foi o agente patogênico mais identificado, sendo encontrado como único agente infeccioso em 33 condutos (45,2%). Somente infecção bacteriana estava presente em 32 condutos (43,8%) e oito condutos (11%) apresentaram infecção mista (causada por fungos e bactérias). No presente estudo, pôde-se concluir que a maior parte das otites externas em cães está relacionada com infecção fúngica ou infecção bacteriana, sendo a minoria relacionada com os dois microrganismos juntos (otite mista). É indispensável que o médico veterinário realize o exame citológico do conduto auditivo externo para poder estabelecer um protocolo terapêutico correto e, assim, evitar resistência microbiana

Referências

ANGUS, J. C. Otic cytology in health and disease. Veterinary Clinics: Small Animal Practice, v. 34, n. 2, p. 411-424, 2004.

BOND, R.; GUILLOT, J.; CABAÑES, F. J. Malassezia yeasts in animal disease. In: BOEKHOUT, T.; GUÉHO, E.; MAYSER, P.; VELEGRAKI, A. Malassezia and the skin. Berlin (Heidelberg): Springer, 2010. p. 271-299.

BUGDEN, D. L. Identification and antibiotic susceptibility of bacterial isolates from dogs with otitis externa in Australia. Australian veterinary journal, v. 91, n. 1-2, p. 43-46, 2013.

BLAKE, J; KEIL, D.; KWOCHKA, K, PALMA K.; SCHOFIELD, J. Evaluation of a single-administration ototopical treatment for canine otitis externa: a randomised trial. Veterinary record open, v. 4, n. 1, p. 219, 2017.

CAMPBELL, J. J.; COYNER, K. S.; RANKIN, S. C.; LEWIS, T. P.; SCHICK, A. E.; SHUMAKER, A. K. Evaluation of fungal flora in normal and diseased canine ears. Veterinary dermatology, v. 21, n. 6, p. 619-625, 2010.

CHIAVASSA, E.; TIZZANI, P.; PEANO, A. In vitro antifungal susceptibility of Malassezia pachydermatis strains isolated from dogs with chronic and acute otitis externa. Mycopathologia, v. 178, n. 3-4, p. 315-319, 2014.

GRANDEMANGE, E.; PILLET, F.; ROY, O.; WOEHRLÉ, F. Field Comparison of the Impact of Different Treatment Durations in the Treatment of Acute Otitis Externa. Open Journal of Veterinary Medicine, v. 3, n. 06, p. 289, 2013.

GOMES, L. M.; ALLENDORF, S. D. Otite externa em cães e gatos. Veterinary & Science. VetPet, n.42, p.56-58, 2018.

LINZMEIER, G. L.; ENDO, R. M.; LOT, R. F. E. Otite externa. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n.12, jan, 2009.

MALAYERI, H.Z., JAMSHIDI, S., SALEHI, T.Z. Identification and antimicrobial susceptibility patterns of bacteria causing otitis externa in dogs. Veterinary research communications, v. 34, n. 5, p. 435-444, 2010.

MURPHY, K. M. A review of techniques for the investigation of otitis externa and otitis media. Clinical techniques in small animal practice, v. 16, n. 4, p. 236-241, 2001.

PATERSON, S. Discovering the causes of otitis externa. In Practice, v. 38, n. Suppl 2, p. 7-11, 2016.

PERRY, L.R., BERNARD, M., REBECCA, K., TIMOTHY, A.R. Epidemiological study of dogs with otitis externa in Cape Breton, Nova Scotia. The Canadian Veterinary Journal, v. 58, n. 2, p. 168-174, 2017.

ROSSER JR, E. J. Causes of otitis externa. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 34, n. 2, p. 459-468, 2004.

SCOTT, D. W.; MILLER, W. H. JR.; GRIFFIN, C. E. Diseases of Eyelids, Claws, Anal Sacs, and Ears. Muller and Kirk’s small Animal Dermatology. 6 ed. Philadelphia: WB Saunders Co, 2001. p. 1203-1232.

STAHL, J.; MIELKE1, S.; PANKOW, W.; KIETZMANN1, M. Ceruminal diffusion activities and ceruminolytic characteristics of otic preparations–an in-vitro study. BMC veterinary research, v. 9, n. 1, p. 70, 2013.

Downloads

Publicado

2019-10-25

Como Citar

Furtado Teixeira, M. G., Lemos, T. D., Bobany, D. de M., Monteiro Silva, M. E., Bastos, B. F., & Veras de Mello, M. L. (2019). Diagnóstico citológico de otite externa em cães / Cytological diagnosis of external otitis in dogs. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, 2(5), 1693–1701. Recuperado de https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJAER/article/view/4113

Edição

Seção

Artigos originais