Mortalidade Materna por Hemorragia no Brasil / Maternal Mortality from Hemorrhage in Brazil

Authors

  • Sophia de Araújo Libânio Costa Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná
  • Larissa Ferreira Marques
  • Bárbara Ellen Souza Rezende
  • Bárbara Martins Mello de Oliveira
  • Bianca Henriques Parreiras
  • Bruna Fernanda Belineli
  • Carolina Alves Melo
  • Daniela Rambaldi Mileti
  • Eduarda Paula Markus Xavier
  • Guilherme Assis Xavier

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-029

Keywords:

Hemorragia obstétrica, Hemorragia obstétrica maciça, Hemorragia pós-parto, Mortalidade Materna.

Abstract

INTRODUÇÃO: A mortalidade materna define-se como aquela em que o desfecho ocorre durante a gravidez ou em um prazo de 42 dias após o fim da gestação. Óbitos decorrentes de eventos hemorrágicos são a causa mais evitável de morte materna no mundo, e suas principais causas são: aborto, placenta prévia, ruptura uterina, descolamento prematuro da placenta, traumas, coagulopatias e hemorragias pós-parto, que, inclusive, podem e devem ser evitadas com o devido tratamento obstétrico. É por isso que a análise do perfil epidemiológico e da prevalência da mortalidade materna por hemorragia pós-parto no Brasil motivou a escrita deste artigo, a fim de alertar aos profissionais de saúde sobre a necessidade de melhorias nos serviços de atenção à saúde da mulher, já que, de acordo com a literatura, 95% dos óbitos maternos no mundo poderiam ser evitados. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura com busca nas bases de dados U.S National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) utilizando os descritores “Maternal Mortality” e “Obstetric Hemorrhage”. RESULTADOS: Dos artigos analisados, disponíveis em periódicos nacionais e internacionais, foram selecionados 20, publicados entre os anos de 2011 e 2020. Dentre eles, doze são revisões de literatura, três são estudos descritivos, três são estudos coortes, um consiste em estudo multicêntrico e um outro é estudo transversal. DISCUSSÃO: No cenário brasileiro, o estudo descritivo populacional de Souza et al (2013) analisou a Razão da Mortalidade Materna (RMM) devido à hemorragia. Evidenciou-se através da coleta do total de mortes maternas do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), que 3179 óbitos (14,26%) estavam relacionados à hemorragia e, destas, 41% representavam a hemorragia pós- parto. CONCLUSÃO: O Brasil ainda está distante de reverter o cenário atual de mortalidade materna, principalmente aquelas causadas por hemorragia, revelando desigualdades regionais e estruturais intimamente relacionadas a esse tipo de óbito. Apesar da criação de políticas públicas de assistência à gestante e de tecnologias para intervir na hemorragia obstétrica, o Brasil ainda não alcançou resultados desejáveis, como demonstrado na literatura, sendo necessário aprimorar o manejo da hemorragia pós-parto e investir em ações que garantam a saúde da mulher em seu âmbito materno e pós-materno.

References

ÁGUILA, S. Zero in on Postpartum Hemorrhage to Reduce Cuba’s Maternal Mortality. MEDIC Review. v. 17, n.1, 2015.

BELTMAN, Jogchum et al. Beyond maternal mortality: obstetric hemorrhage in a Malawian district. Acta obstetricia et gynecologica Scandinavica, v. 90, n. 12, p. 1423-1427, 2011.

BINGHAM, Debra. Eliminando a mortalidade e morbidade materna evitável e relacionada à hemorragia. Journal of Obstetric, Gynecologic & Neonatal Nursing , v. 41, n. 4, pág. 529-530, 2012.

BOROVAC-PINHEIRO, A. et al. Postpartum hemorrhage: new insights for definition and diagnosis. American journal of obstetrics and gynecology, v. 219, n. 2, p. 162-168, 2018.

GOFFMAN, Dena; NATHAN, Lisa; CHAZOTTE, Cynthia. Obstetric hemorrhage: A global review. In: Seminars in perinatology. WB Saunders, 2016. p. 96-98.

GROBMAN, William A. et al. Racial and ethnic disparities in maternal morbidity and obstetric care. Obstetrics and gynecology, v. 125, n. 6, p. 1460, 2015.

HAERI, S.; DILDY, G. A. Maternal Mortality From Hemorrhage. Seminars in Perinatology. v. 36, n. 1, p. 48–55, 2012.

LANCASTER, Lian et al. Maternal death and postpartum hemorrhage in sub?Saharan Africa–A pilot study in metropolitan Mozambique. Research and practice in thrombosis and haemostasis, v. 4, n. 3, p. 402-412, 2020.

LOCKHART, Evelyn. Postpartum hemorrhage: a continuing challenge. Hematology, v. 2015, n. 1, p. 132-137, 2015.

MAKUEI, G. et al. Optimal Profile Limits for Maternal Mortality Rates (MMR). Influenced by Haemorrhage and Unsafe Abortion in South Sudan. Journal of Pregnancy. v. 2020, p. 1-13, 2020.

MARTINS, A. C. S.; SILVA, L.S. Perfil epidemiológico de mortalidade materna. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 71, n. 1, p. 725-731, 2018.

MARTINS, H. et al. Mortalidade materna por hemorragia no Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista da Escola de Enfermagem da USP. v. 47, n. 5, 2013.

MASWIME, Salome; BUCHMANN, Eckhart. A systematic review of maternal near miss and mortality due to postpartum hemorrhage. International Journal of Gynecology & Obstetrics, v. 137, n. 1, p. 1-7, 2017.

MCCLURE, Elizabeth M. et al. Ácido tranexâmico para reduzir a hemorragia pós-parto: uma revisão sistemática MANDATE e análises do impacto na mortalidade materna. American Journal of Perinatology , v. 32, n. 05, p. 469-474, 2015.

MOUSA, Hatem A. et al. Treatment for primary postpartum haemorrhage. Cochrane database of systematic reviews, n. 2, 2014.

PRATA, N. et al. Modeling maternal mortality in Bangladesh: the role of misoprostol in postpartum hemorrhage prevention. BMC Pregnancy Childbirth.ç 14, 78 (2014).

SAY, Lale et al. Global causes of maternal death: a WHO systematic analysis. The Lancet global health, v. 2, n. 6, p. e323-e333, 2014.

SEBGHATI, Mercede; CHANDRAHARAN, Edwin. An update on the risk factors for and management of obstetric haemorrhage. Women’s Health, Virgínia, v. 13, n. 2, p. 34-40, maio 2017.

SOUZA, M. L. et al. Mortalidade materna por hemorragia no Brasil. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 21, n. 3, p. 01-08, 2013.

SUPLEE, Patricia D. et al. Improving postpartum education about warning signs of maternal morbidity and mortality. Nursing for women's health, v. 20, n. 6, p. 552-567, 2016.

Published

2021-03-03

How to Cite

COSTA, S. de A. L.; MARQUES, L. F.; REZENDE, B. E. S.; DE OLIVEIRA, B. M. M.; PARREIRAS, B. H.; BELINELI, B. F.; MELO, C. A.; MILETI, D. R.; XAVIER, E. P. M.; XAVIER, G. A. Mortalidade Materna por Hemorragia no Brasil / Maternal Mortality from Hemorrhage in Brazil. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 4333–4342, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n2-029. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/25632. Acesso em: 28 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers