O consumo de drogas psicoestimulantes entre estudantes de medicina / The consumption of psychostimulating drugs among medicine students

Authors

  • Giulia Minniti Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná
  • Bruna Bastos Marçal
  • Bruna Torrezan Marin
  • Guilherme Badawi Urio Mujahed
  • José Roberto Arrabal Júnior
  • Nadine Ribas Santos
  • Patricia Cincotto dos Santos Bueno

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv4n4-269

Keywords:

Drogas psicoestimulantes, Universitários.

Abstract

O uso de substâncias psicoestimulantes com o intuito de aumentar a capacidade cognitiva é uma realidade que vem causando preocupação no universo acadêmico. O acesso legal a estes medicamentos é restrito, e somente um médico psiquiatra ou neurologista está apto a receitá-los ao paciente acometido, normalmente, por Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), sendo as substâncias mais utilizadas o metilfenidato e o dimesilato de lisdexanfetamina, que se classificam como anfetaminas. O mecanismo de ação é bloquear o transportador dopaminérgico do organismo, aumentando o nível de dopamina na via mesocorticolímbica. Consequentemente, estas drogas podem causar dependência devido à ativação deste neurotransmissor, o qual gera a sensação de prazer, além de proporcionar atenção e melhora da cognição. Com base no descrito, este estudo tem como objetivo observar o uso destas drogas por estudantes de medicina da Universidade de Marília. Material e métodos: Após a aprovação no Conselho de Ética, CAAE 02639518.6.0000.5496, essa pesquisa envolveu graduandos, maiores de dezoito anos, do primeiro ao sexto ano do curso de medicina da Universidade de Marilia. Foi utilizado um questionário que colheu informações referente ao uso pessoal, conhecimento geral a respeito dos psicoestimulantes bem como sua prescrição, efeito, uso recreativo, venda ilegal e efeitos colaterais. Desta forma foi utilizado como base de colhimento de dados um questionário voltado para a obtenção dos dados relevantes à pesquisa durante as aulas dos alunos. Foram entrevistados 417 estudantes, 27% do sexo masculino e 73% do sexo feminino. Foi observado que em torno de 42% dos estudantes utilizam drogas psicoestimulantes e não há diferença estatística, quanto ao consumo, entre os sexos. Destes, 62,8% moram sozinhos e 90% do número total da amostra que consomem os medicamentos buscam aumentar o potencial cognitivo com objetivos acadêmicos. A distribuição do uso se dá em maior quantidade entre alunos do 3º ano acadêmico e em menor quantidade no 1º ano acadêmico. Apesar do conhecimento da população a respeito do uso de drogas psicoestimulantes, estas são bastante utilizadas entre os estudantes de medicina na tentativa de melhorar o potencial cognitivo através desse meio. É importante reiterar para discentes sobre o consumo destes medicamentos e suas consequências, principalmente quando utilizados sem indicação e prescrição médica.

References

- Silva, J.V.M.; Fernandes, D.; Nunes, J.R.; Silva, D.M. Uso de Substâncias Psicoativas em Estudantes de Medicina no Brasil: Uma Revisão Integrativa / Use of Psychoactive Substances in Medicine Students in Brazil. Brazilian Journal Of Development, Curitiba, v. 6, n. 11, p. 93075-93083, nov. 2020. Doi: 10.34117/bjdv6n11-642

- Gomes, N.A. O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade no âmbito educacional. Trabalho de conclusão de curso (licenciatura - Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro. 2013.

- Mendonza. D.Z.U. Consumo de Substâncias psicoativas em Estudantes de Especialidades Médicas, Bogotá, Revista de Salud Pública, 2011, v. 4, n. 1, p. 59-73. 2002.

- Zaharna M., Dimitriu A., Guilleminault C.. Expert opinion on pharmacotherapy of narcolepsy. Expert Opin Pharmacother. In press 2010.

- Zolkowska D., Jain R., Rothman R.B., et al. Evidence for the involvement of dopamine transporters in behavioral stimulant effects of modafinil. J Pharmacol Exp Ther. 329(2):738-46. 2009.

- Boutrel B., Koob G.F. What keeps us awake: the neuropharmacology of stimulants and wakefulness-promoting medications. Sleep.27(6):1181-94. 2004.

- Volkow N.D., Fowler J.S., Logan J.,et al. Effects of modafinil on dopamine and dopamine transporters in the male human brain. JAMA. 301(11):1148-54. 2009.

- Qu W.M., Huang Z.L., Xu X.H., et al. Dopamin-ergic D1 and D2 receptors are essential for the arousal effect of modafinil. J Neurosci. 28(34):8462-9. 2008

- Volkow, N.D.; Fowler, J.S.; Wang, G.J.;et al, S.J. Role of dopamine in the therapeutic and reinforcing effects of methylphenid in humans: results from imaging studies. Eur Neuropsychopharmacol, 12:557–56. 2002.

- Romach, M.K. et al. Human abuse liability evaluation of CNS stimulant drugs. Toronto. International Journal of Neuropharmacology. Volume 81. 2014.

- Desantis, D.; Webb, E.M.; Noar, S. M. Illicit use of prescription ADHD medications on a college campus: a multimethodological approach. Journal of American College Health, v.57. p. 315-324. 2008.

- Meleiro, A.M.A.S. Suicídio entre médicos e estudantes de medicina. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. vol.44, n.2, pp.135-140. ISSN 0104-4230. 1998.

- Fallah G., Moudi S., Hamidia A., et al. Stimulant use in medical students and residents requires more careful attention. Caspian Journal of Internal Medicine; 9(1):87-91. doi:10.22088/cjim.9.1.87. 2018.

- Bucher, R. Drogas e drogadição no Brasil. Porto Alegre: Artes Médica. 1992.

-Quinton Babcock, B.A; Tom Byrne, P.H.D –Student Perceptions of Methylphenidate Abuse at a Public Liberal Arts College. Journal of American College Health. 2000.

Published

2021-08-20

How to Cite

MINNITI, G.; MARÇAL, B. B.; MARIN, B. T.; MUJAHED, G. B. U.; JÚNIOR, J. R. A.; SANTOS, N. R.; BUENO, P. C. dos S. O consumo de drogas psicoestimulantes entre estudantes de medicina / The consumption of psychostimulating drugs among medicine students. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 4, p. 17912–17921, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n4-269. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/34823. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers