Atendimento fisiogerontológico domiciliar: O olhar de quem tece a prevenção / Home-based physiogerontological care:The eye of one who weaves prevention
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv4n5-25Keywords:
Envelhecimento, Atendimento domiciliar, Cuidado fisiogerontológico, Vínculo entre profissional e paciente.Abstract
O objeto de estudo desta pesquisa é o atendimento domiciliar por fisioterapeuta, que desenvolve seu trabalho por meio de “exercícios resistidos” para a manutenção da capacidade funcional e independência física, em termos preventivos ou recuperativos, de pessoas idosas, residentes em São Paulo. O objetivo geral é identificar e caracterizar a percepção de idosos sobre os efeitos, de ordem física, de um tratamento orientado fisiogerontológico. São objetivos específicos: (i) Apreender a relação que se estabelece no vínculo profissional-fisioterapeuta e paciente-idoso e tentar explicitar de que modo ela contribui para o tratamento; (ii) Capacitar o idoso quanto ao fortalecimento muscular, preparando-o para exercer, com a necessária autonomia, suas atividades de vida diária (AVDs), básicas ou instrumentais; (iii) Da caracterização do vínculo fisioterapeuta-paciente, recuperar e explicitar os determinantes de adesão, ou não, à prática cotidiana de atividade física. Nessa direção, é utilizada a abordagem de investigação clínico-qualitativa, à luz da perspectiva gerontológica do Envelhecimento Ativo, aplicando-se a pesquisa de campo a sete sujeitos, com idade superior a 65 anos, sendo duas mulheres e cinco homens, com a coleta de seus depoimentos durante o ano de 2018, a partir de entrevistas semi-estruturadas e transcritas em sua íntegra. O diário de campo é apresentado como parte constitutiva da entrevista, quando o profissional está aplicando a técnica da observação focalizada ou livre, para inclusão de observações pessoais do entrevistador, relativas a dificuldades experimentadas por este, ou queixas, sugestões etc. manifestas pelos participantes. A hipótese é a de que uma adequada intervenção clínica de um fisioterapeuta, em ambiente de atividade privada, pode propiciar condições para um melhor resultado terapêutico, desde que associada a um forte vínculo afetivo entre paciente e terapeuta. Os resultados evidenciam que ambas as condições podem ser facilitadoras ao processo, por permitir ao profissional recuperar, da voz dos próprios idosos, os determinantes de adesão à prática fisiogerontológica, assim como atestar sua recuperação física, o que lhes acarreta a sensação de bem-estar, um dos requisitos para a qualidade de vida, prevenindo-lhes disfunções em suas atividades de vida diária (AVDs).
References
BEAUVOIR, S. A Velhice. A realidade incômoda. São Paulo: Nova Fronteira, 1990.
BRETON, D. Antropologia do Corpo. São Paulo: Vozes, 2011
CANGUILHEM, G. O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro: Forense |Universitária/GEN. RJ, 2017.
FREDDI, F. O Cuidado Fisiogerontológico domiciliar. Dissertação de mestrado. PUC- SP, 2010. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp145116.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2017.
GOLDFARB, D. C. Velhices Fragilizadas: espaços e ações preventivas. In: Velhices:
Reflexões Contemporâneas. São Paulo: Sesc-SP/PUCSP, 2006, p. 74-85.
GONÇALVES, P. Educação para o Envelhecimento: a quebra de estereótipos. 2015.
LOPES, R. G. da C. L. Saúde na Velhice: as interpretações sociais e os reflexos no usode medicamentos. São Paulo: Educ/USP, 2000.
MASTRANDEA, L.; SANTARÉM, J. M. Exercícios Terapêuticos: fortalecimentomuscular no tratamento de idosos. São Paulo: Guanabara-Koogan, 2009, p. 485-494.
MESSY, J. A Pessoa Idosa não Existe. São Paulo: Editora Aleph, 1999.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: Teoria, Método, Criatividade. Petrópolis: Vozes, 2000.
PEREIRA F. P. R. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 3.ed., ano 2,v.1, p. 391-406, 2017.
SANTANA, M. S. Significado da atividade física para práticas de saúde na terceirai dade. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento. Porto Alegre, v. 15, n. 2,p. 239-254, 2010. Disponível em: . Acesso em: 02 jun. 2016.
SANTARÉM, J. M. Musculação em todas as idades. São Paulo: Manole, 2012.
SILVEIRA, N. Vivências do envelhecer em comunidade: velhices no Espaço de Cultura e Solidariedade do Jd. da Conquista. In: FONSECA, S. C. (Org.). O envelhecimento Ativo e seus Fundamentos. São Paulo: Portal Edições, 2016, p. 263
SINGH, M. A. F. Cap. 11. In: GRAVES, James (Org.). Treinamento Resistido naSaúde e Reabilitação. São Paulo: Revienter, 2006, p. 183.
TURATO, E. R. Tratado de Metodologia de Pesquisa Clínico-Qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2000.