Pênfigo vegetante de hallopeau em puerpério imediato: relato de caso e breve revisão de literatura/ Hallopeau vegetant pemphigus in immediate puerperia: case report and brief literature review

Authors

  • Matheus Felipe Ketes Bergamin
  • Amanda Ribeiro França
  • Henrique Bacellar de Farias
  • Patricia Leite Brito

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv5n2-164

Keywords:

pênfigo, pênfigo puerperal, pênfigo neonatal, transmissão vertical.

Abstract

O pênfigo de Hallopeau é uma enfermidade do grupo dos pênfigos vegetantes, sendo estes, variantes raras do pênfigo vulgar. Clinicamente, o pênfigo vegetante de Hallopeau manifesta-se com pústulas que, normalmente, evoluem com a formação de placas vegetantes sem acometimento mucoso. Embora dados epidemiológicos sejam escassos, há certo predomínio deste acometimento na população feminina em relação à masculina. A fisiopatologia da doença é determinada pelos autoanticorpos IgG contra as proteínas transmembrana que formam os desmossomos, os quais são os responsáveis pela adesão célula-célula dos queratinócitos, principalmente contra a desmogleína 3 (DSG3) e a desmogleína 1 (DSG1), o que, consequentemente, leva à acantólise, ou seja, à separação da camada espinhosa da epiderme. Os fatores desencadeantes deste tipo de pênfigo ainda não estão totalmente esclarecidos, mas acredita-se que a gravidez possa ser um deles devido ao rápido aumento nos níveis de estrogênio, seguido por uma alteração no equilíbrio da relação de linfócitos Th1/Th2 com aumento de Th2. Este aumento também leva a maior produção de autoanticorpos IgG, como resultado de um aumento das citocinas relacionadas ao IgG. Em alguns casos com associação entre gestação e pênfigo, sabe-se que autoanticorpos maternos podem ser transferidos ao recém-nascido ocasionando uma bulose neonatal, de curso autolimitado. Neste relato, foram representados uma puérpera e seu recém-nascido que evoluíram com o aparecimento de lesões do tipo pênfigo, que foram, posteriormente, diagnosticadas e tratadas como pênfigo vegetante de Hallopeau.

References

Abrams, M.L., Smidt, A., Benjamin, L., Chen, M., Woodley, D., Mancini, A.J., 2011. Congenital epidermolysis bullosa acquisita: Vertical transfer of maternal autoantibody from mother to infant. Arch. Dermatol. 147, 337–341. https://doi.org/10.1001/archdermatol.2010.317

Calonje, Eduardo. 2012. McKee's pathology of the skin: with clinical correlations. Edinburgh: Elsevier/Saunders. http://www.clinicalkey.com/dura/browse/bookChapter/3-s2.0-C20101657343.

Cuellar, I., Mejia, M., Castellanos-Angarita, A., Casas-Barrera, M.A., 2020. Hallopeau type of pemphigus vegetans, an unusual clinical presentation of an infrequent disease. Dermatol. Online J. 26, 0–3. https://doi.org/10.5070/d32610050470

Ellebrecht, C.T., Payne, A.S., 2017. Setting the target for pemphigus vulgaris therapy. JCI Insight 2, 1–11. https://doi.org/10.1172/jci.insight.92021

Fagundes, P.P.S., Santi, C.G., Maruta, C.W., Miyamoto, D., Aoki, V., 2021. Autoimmune bullous diseases in pregnancy: clinical and epidemiological characteristics and therapeutic approach. An. Bras. Dermatol. 96, 581–590. https://doi.org/10.1016/j.abd.2020.10.007

Genovese, G., Derlino, F., Berti, E., Marzano, A.V., 2020. Treatment of Autoimmune Bullous Diseases During Pregnancy and Lactation: A Review Focusing on Pemphigus and Pemphigoid Gestationis. Front. Pharmacol. 11, 1–8. https://doi.org/10.3389/fphar.2020.583354

Gerharz M, Stadler R. [Pemphigus vegetans do tipo Hallopeau. Detecção de anticorpos pênfigo com imunofluorescência direta e indireta] Der Hautarzt; Zeitschrift fur Dermatologie, Venerologie e Verwandte Gebiete. 1987 Jun;38(6):371-374. PMID: 3308773.

Goldberg, N.S., DeFeo, C., Kirshenbaum, N., 1993. Pemphigus vulgaris and pregnancy: Risk factors and recommendations. J. Am. Acad. Dermatol. 28, 877–879. https://doi.org/10.1016/0190-9622(93)70123-B

Langan, S.M., Smeeth, L., Hubbard, R., Fleming, K.M., Smith, C.J.P., West, J., 2008. Bullous pemphigoid and pemphigus vulgaris - Incidence and mortality in the UK: Population based cohort study. Bmj 337, 160–163. https://doi.org/10.1136/bmj.a180

Mergler, R., Kerstan, A., Schmidt, E., Goebeler, M., Benoit, S., 2017. Atypical Clinical and Serological Manifestation of Pemphigus Vegetans: A Case Report and Review of the Literature. Case Rep. Dermatol. 9, 121–130. https://doi.org/10.1159/000468919

Messersmith, L., Krauland, K., Army, B., 2021. Pemphigus Vegetans. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. PMID: 31424813. 2021.

Meyer, N., Misery, L., 2010. Geoepidemiologic considerations of auto-immune pemphigus. Autoimmun. Rev. 9, A379–A382. https://doi.org/10.1016/j.autrev.2009.10.009

Panko, J., Florell, S.R., Hadley, J., Zone, J., Leiferman, K., Vanderhooft, S., 2009. Neonatal pemphigus in an infant born to a mother with serologic evidence of both pemphigus vulgaris and gestational pemphigoid. J. Am. Acad. Dermatol. 60, 1057–1062. https://doi.org/10.1016/j.jaad.2008.10.025

Tavakolpour, S., 2017. Current and future treatment options for pemphigus: Is it time to move towards more effective treatments? Int. Immunopharmacol. 53, 133–142. https://doi.org/10.1016/j.intimp.2017.10.027

Published

2022-04-04

How to Cite

BERGAMIN, M. F. K.; FRANÇA, A. R.; FARIAS, H. B. de; BRITO, P. L. Pênfigo vegetante de hallopeau em puerpério imediato: relato de caso e breve revisão de literatura/ Hallopeau vegetant pemphigus in immediate puerperia: case report and brief literature review. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 5877–5888, 2022. DOI: 10.34119/bjhrv5n2-164. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/46025. Acesso em: 29 mar. 2024.

Issue

Section

Original Papers