Violência obstétrica: racismo estrutural e patriarcalismo como fatores que invisibilizam o sofrimento de mulheres negras
Obstetric violence: structural racism and patriarchy as factors that make the suffering of black women invisible
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv5n4-110Keywords:
saúde reprodutiva, violência obstétrica, racismoAbstract
Introdução: Consequência de uma estrutura de poder discriminatória, o racismo institucional perpassa todos os níveis da atenção à saúde e é predisponente da vulnerabilidade das mulheres negras no que tange sobretudo à saúde reprodutiva. Desse modo, o viés racial é um importante fator de risco para a violência obstétrica nessa população. Objetivo: o presente artigo analisa a produção científica sobre a temática visando avaliar a influência atribuída ao viés racial na determinação da violência obstétrica dentro do contexto do período gravídico-puerperal. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa, com buscas realizadas nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed), Google Scholar e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que permite a busca simultânea em plataformas, como sciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de dados em Enfermagem). Para isso, utilizaram-se os seguintes descritores na língua inglesa: “black”, “women”, “obstetrics”, “violence”, “racism”, “reproductive health” e “women's health”, sendo que a correlação destes foi feita a partir do operador booleano AND. Resultados: Foram encontrados 210 artigos, dos quais foram excluídos 137 a partir da leitura dos títulos, resumos e adequação aos critérios de inclusão, portanto foram lidos 73 artigos na íntegra, que, dentre esses, 17 responderam adequadamente à pergunta norteadora e foram selecionados para o estudo. Conclusão: A partir da revisão sobre a temática da violência obstétrica observou-se uma escassez ímpar de estudos, o que denuncia a necessidade de trazer à luz dos debates em saúde o tema em questão, sobretudo com enfoque no viés étnico/racial, visando uma assistência em saúde no ciclo gravídico-puerperal mais humanizada e satisfatória.