O paradigma Weberiano e a perspectiva da virada cosmopolita de Ulrich Beck: modernidades múltiplas ou multiplicidade da modernidade? / The Weberian paradigm and Ulrich Beck's cosmopolitan turn: multiple modernities or multiplicity of modernity?
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv6n7-831Keywords:
Paradigma weberiano, Virada cosmopolita, Modernidades múltiplas, Multiplicidade da modernidade.Abstract
Este ensaio é um esforço teórico de interconexão entre as possibilidades de atualização de Max Weber nos marcos do chamado "paradigma weberiano" e a perspectiva da “virada cosmopolita” do projeto teórico metodológico de Ulrich Beck. Primeiro discute-se a crítica dos estudos pós-coloniais para os estudos da modernidade em sua superação da polaridade ocidente/resto no qual Beck alicerça sua proposta de virada cosmopolita. Na segunda parte, colocamos a análise neoweberiana de Shmuel Einsenstad sobre a “teoria da multiplicidade da modernidade” em comparação com o uso de Beck da “teoria das modernidades múltiplas”. Por um lado, temos uma trajetória da modernidade que nasce europeia e ao se expandir torna-se múltipla. Por outro lado, existem várias modernidades a partir da reinterpretação histórica com a lente das teorias pós-coloniais que insere e reinscreve a modernidade com as perspectivas do colonizado. Assim, distinguimos a diferença entre as noções weberiana de modernidades múltiplas e a noção do pós-colonialismo de multiplicidade da modernidade. Concluímos que noção de modernidades múltiplas sugere um caminho de aprendizado, conflito e troca entre as sociedades e a multiplicidade da modernidade suscita dúvidas a sua validação considerando as diferentes constelações de processos de modernização.
References
BECK, Ulrich. A reinvenção da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna, p. 11-71, 1997.
__________. The cosmopolitan perspective: sociology of the second age of modernity. British Journal of Sociology Vol. No. 51, 1 (January/March 2000) p. 79–105.
__________. Sociedade de Risco: Rumo a Uma Outra Modernidade. São Paulo: Editora 34, 2010.
BECK,U; SZNAIDER, N. Unpacking cosmopolitanism for the Social Sciences: A Research Agenda. British Journal of Sociology, v.57, n.1, p.1–23, 2006.
BECK. U; GRANDE. Varieties of second modernity: the cosmopolitan turn in social and political theory and research. British Journal of Sociology, v.61, n.3, p.409-444, 2010.
BECK. U; LEVY. D. Cosmopolitanized Nations: Re-imagining Collectivity in World Risk Society. Theory Culture Society (online), 2013. Disponível em: <http://tcs.sagepub.com/content/early/2013/02/07/0263276412457223>. Acesso em 24/05/2015.
COSTA, Sérgio. Quase crítica: insuficiências da sociologia da modernização reflexiva. Tempo Social, v.16, n.2, p. 73-100, 2004.
__________. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2006, vol.21, no.60, p.117-134
EISENSTADT, Shmuel. The Axial Age: The Emergence of Transcendental Visions and the Rise of the Clerics. Archives Européennes de Sociologie, vol. 23, pp. 299-314, 1982.
__________. Modernidades múltiplas. Sociologia, 2011, n.35, p. 139-163, 2001.
GUIVANT, Júlia. A teoria da sociedade de risco de Ulrich Bech: entre o diagnóstico e a profecia. Estudos Sociedade e Agricultura. Rio de Janeiro, v.16, abril, p.95-112, 2001.
SELL, Carlos Eduardo. Max Weber e a Racionalização da Vida. Petrópolis, RJ, Vozes, 2013.
_________. Weber no Século XXI: Desafios e Dilemas de um Paradigma Weberiano. Dados, Rio de Janeiro, v. 57, n.1, mar. 2014.
SCHLUCHTER, Wolfgang. The Rise of Western Rationalism: Max Webers Developmental History. Berkeley: Berkeley University Press, 1981.
SCHWINN, Thomas. Aspectos e problemas de uma compreensão plural de modernidade. Revista de Teoria da História, v. 16, n. 2, p. 223-256, 2016.
WITTROCK, Björn. Modernity: One, None, or Many? European Origins and Modernity as a Global Condition. Daedalus, v. 129, n. 1, p. 31-60, 2000.