Interlocuções entre a Educação Popular e a Educação de Jovens e Adultos: formação de professores e o campo curricular como forma de luta e de resistência/ Interlocutions between Popular Education and Youth and Adult Education: formation and curriculum as a form of struggle and resistance

Authors

  • Arlete Ramos dos Santos
  • Kergileda Ambrósio de Oliveira Mateus
  • Jaciara de Oliveira Sant´Anna Santos
  • Aida Victoria Garcia Montrone

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv6n10-113

Keywords:

Educação de Jovens e Adultos, Educação Popular, Formação docente, Currículo.

Abstract

 Este artigo traz o recorte de uma pesquisa que teve como objetivo discutir as interlocuções entre a Educação Popular e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), cujo recorte em destaque foi a formação de professores e o currículo. Para isso, destacamos as formas de resistências empreendidas pelos sujeitos que historicamente buscaram combater o analfabetismo no Brasil por meio da educação de adultos, a qual tem sido vista como uma prática fragmentada, a começar pelas políticas curriculares e de formação docente. Durante o século XX, o oferta da EJA ocorreu principalmente por meio de programas assistencialistas,  e a formação continuada de professores tem sido um ponto crucial devido ao valor secundário que sempre foi atribuído a este tipo de educação para as classes menos favorecidas, fator que tem possibilitado o debate sobre a relevância da formação do educador para atender as características inerentes a esta modalidade de ensino. Metodologicamente, o trabalho ancora-se na abordagem qualitativa, utilizando-se da pesquisa bibliográfica e documental com análise da legislação. Os resultados demonstram que as políticas educacionais para os jovens e adultos têm sido objeto de muitas formas de resistências de pesquisadores e militantes da área, e que a formação inicial do educador para esta modalidade de ensino ainda é frágil.

References

Apple, M. (1982). Ideologia e Currículo. São Paulo: Brasiliense.

Apple, M. (2011). A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional? In: Moreira, A. F. & Silva, T. T. (Org), Currículo, Cultura e Sociedade (p. 59-91). São Paulo: Cortez Editora.

Brandão, C. R.; Assumpção, R. (2009). Cultura rebelde: escritos sobre a educação popular ontem e agora. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire.

Brandão, C. R. Aprender a saber com e entre outros. In: Assumpção, R. (Org.) (2009). Educação Popular na perspectiva freiriana. São Paulo: Ed. L.

Brasil. (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 dez de 1996.

Brasil. (2010). Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: PARECER CNE/CEB Nº: 7/2010, 7 de abril de 2010, no Conselho Nacional da Educação, em Brasília.

Brasil. (2002). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores em Educação Básica: Resolução CNE/CP n.º 01, de 18 de fevereiro de 2002, do Conselho Nacional da Educação, Brasília.

Brasil. (2014). Lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm >. Acesso em 12 de outubro de 2019.

Brasil. (2011). Resolução CD/FNDE nº 32, de 01 de julho de 2011. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/3455-resolu%C3%A7%C3%A3o-cd-fnde-n%C2%BA-32-de-1-de-julho-de-2011. Acesso em 10 de dezembro de 2019.

Calado, A. J. F. Reproblematizando o(s) conceito(s) de Educação Popular. In: Costa, Marisa Vorraber (Org.). (1998). Educação popular hoje. São Paulo: Edições Loyola.

Diniz Pereira, Júlio. (1999). E. As licenciaturas e as novas políticas educacionais para a formação docente. Educação e Sociedade: Revista Quadrimestral de Ciência da Educação (Cedes), Campinas, nº 69, p. 109-125.

Di Pierro, Maria Clara. (2001). Descentralização, focalização e parceria: uma análise das tendências nas políticas públicas de educação de jovens e adultos. Educação e Pesquisa, vol. 27, n. 2, jul.-dez./, p. 321-337. São Paulo.

Freire, P. (2011a). Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 14 ed. Rio de Janeiro - RJ: Paz e terra.

Freire, P. (2011a). Pedagogia do oprimido. 50 ed. Rio de Janeiro - RJ: Paz e terra.

Freire, P. (2014a). Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Paz e Terra, 2014a.

Freire, P. (2014b). Política e educação. São Paulo: Paz e terra.

Freire, P. (2002). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. Obra digitalizada.

Gadotti, M.; Romão, José E. (Org) (2005). Educação de Jovens e Adultos: Teoria, Prática e Proposta. Guia da Escola Cidadã – Instituto Paulo Freire, Editora Cortez.

Goodson, I. F. (2013). Currículo: teoria e história. São Paulo: Vozes.

Haddad, S. (1997). Políticas e gestão de educação de jovens e adultos no Brasil. In: Seminário Internacional: Educação e Escolarização de Jovens e Adultos. Anais... Brasília: MEC, 1997.

Haddad, S.; Di Pierro, M. C. (1994). Diretrizes de política nacional de educação de jovens e adultos: consolidação de Documentos 1985/94. São Paulo, ago.

Haddad, Sergio; Di Pierro, Maria Clara. (2007). Escolarização de jovens e adultos. In: Fávero, Osmar; Ireland, Thimothy Denis (Orgs.). Educação como exercício de diversidade. Brasília: UNESCO, MEC, ANPEd.

LIMA, L. S. (et. al.) Formação para professores da educação de jovens e adultos do campo: Um estudo realizado no grupo de estudos e pesquisas movimentos sociais, diversidade e educação do campo e cidade (GEPEMDECC). Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.6, p.37213-37232 jun. 2020. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/11610/9682

Machado, M. M. (2000). A prática e a formação de professores na EJA: uma análise de dissertações e teses produzidas no período de 1986 a 1998. In: Reunião Anual da Anped, 23., Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, Caxambu.

Mateus, Kergilêda A. O. Modos de vida e convívio escolar: o Assentamento Rural Santa Helena – São Carlos – SP. 2016. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal de São Carlos, 2016.

Paiva, V. (2003). História da Educação Popular no Brasil: educação popular e educação de adultos. 6 ed. São Paulo: Edições Loyola.

Paiva, V. (Org.) (1996). Perspectivas e dilemas da educação popular. 2 ed. Rio de Janeiro, Edições Graal.

Paludo, C. (2009). Educação Popular: dialogando com redes latino-americanas (2000-2003). In: Pontual, Pedro; Ireland, Timothy (Org.). Educação Popular na América Latina: diálogos e perspectivas. Brasília: Ed. MEC/Unesco.

Sacristán, J.G. (1999). Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artmed.

Sacristán, J.G. (2000). O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 ed. Porto Alegre: Artmed.

Santos, A. R. dos.; Cardoso, E. M. (2017). As políticas públicas educacionais do PAR para a formação do professor do campo em vitória da conquista/Ba. Revista Prâksis. Novo Hamburgo a. 14, v. 1. jan./jun.

Soares, L. (2006). Aprendendo com as diferenças: estudos e pesquisas em Educação de Jovens e Adultos. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

Soares, L; Galvão, A. M.de O. (2009) Uma história da alfabetização de adultos no Brasil. In: STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena Camara (Orgs.). Histórias e memórias da educação no Brasil, vol. III: século XX. 3 ed. Petrópolis-RJ: Vozes.

Sottomayor, A. P. Q. (2001). O fogo de Prometeu. In: Humanitas, Vol. LIII, Porto.

Streck, D. (2013). Territórios de resistência e criatividade: reflexões sobre os lugares da Educação Popular. In: STRECK, Danilo; ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Educação Popular: lugar de construção social coletiva. Petrópolis, RJ: Vozes.

Wanderley, L. E. (2010). Educação popular: metamorfoses e veredas. São Paulo: Cortez.

Published

2020-10-06

How to Cite

Santos, A. R. dos, Mateus, K. A. de O., Santos, J. de O. S., & Montrone, A. V. G. (2020). Interlocuções entre a Educação Popular e a Educação de Jovens e Adultos: formação de professores e o campo curricular como forma de luta e de resistência/ Interlocutions between Popular Education and Youth and Adult Education: formation and curriculum as a form of struggle and resistance. Brazilian Journal of Development, 6(10), 75593–75617. https://doi.org/10.34117/bjdv6n10-113

Issue

Section

Original Papers