A Biologia da proliferação fibroblástica: a excessiva deposição extracelular de colágeno durante o reparo de lesões na pele / The Biology of fibrobastic proliferation: excessive extracellular collagen deposition during skin injury repair

Abstract

O presente estudo de revisão bibliográfica teve como objetivo estudar a biologia da proliferação fibroblástica e a deposição de colágeno durante o reparo de lesões na pele. A pele é constituída por um tecido formado por células epiteliais aderidas a uma superfície sólida. No corpo humano essa superfície sólida é conhecida como matriz extracelular (ECM), que é constituída por um complexo de inúmeras proteínas e polissacarídeos formando uma organização semelhante a uma rede, em parte responsável pela grande diversidade morfológica, funcional e patológica dos diversos tecidos do corpo. Os componentes da matriz extracelular se ligam entre si formando uma rede e se comunicam com células que ligam aos receptores de adesão na superfície celular. São componentes da ECM proteoglicanos, um tipo de glicoproteína; colágenos, proteínas que normalmente formam fibras; proteínas solúveis multiadesivas da matriz; e outras. O colágeno é o principal produto excretado pelos fibroblastos. A principal função do fibroblasto é sintetizar colágeno e elastina, além de proteoglicanas, glicosaminoglicanas e glicoproteínas que compõe parte da ECM. Os fatores de crescimento celular possuem múltiplas funções, destacando-se a estimulação da divisão celular, angiogênese, quimiotaxia, indução ou inibição da diferenciação celular, transformação ou indução da síntese de proteínas. O colágeno é a proteína mais abundante do tecido conectivo em fase de cicatrização da lesão de tecidos. O processo de cicatrização foi dividido em três fases, para melhor entendimento: fase inflamatória, fase de proliferação ou de granulação e fase de remodelamento ou de maturação A excessiva deposição de colágeno se manifesta clinicamente como Cicatrizes Hipertróficas e Queloides. As cicatrizes hipertróficas consistem em cicatrizes elevadas, tensas e confinadas às margens da lesão original, uma das diferenças entre elas e os queloides. O queloide é uma lesão elevada, brilhante, pruriginosa ou dolorosa, de localização dérmica e que ultrapassa os limites da ferida original, invadindo a pele normal adjacente. Umas das características é que ele apresenta crescimento ao longo do tempo e não regride espontaneamente. Comumente evolui com recorrência após excisão.