Sífilis gestacional e congênita no Estado do Tocantins: análise de tendência por regressão de poisson, 2005 a 2018 / Gestational and congenital syphilis in the State of Tocantins: trend analysis by poisson regression, 2005 to 2018

Authors

  • Isabela Cristina Ruzza Nogueira
  • Maiana Guiomar Alves Paes Ananias
  • Eliane Patrícia Lino Pereira Franchi
  • Valdir Francisco Odorizzi
  • Lorena Dias Monteiro

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-163

Keywords:

Sífilis Gestacional, Sífilis Congênita, Vigilância Epidemiológica, Estudos de Séries Temporais, Epidemiologia.

Abstract

Analisar a tendência da sífilis gestacional (SG) e sífilis congênita (SC) no estado do Tocantins por regressão de Poisson, 2005 a 2018. Estudo de série temporal baseado em dados epidemiológicos relativos à sífilis oriundos do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde. A análise de tendência temporal incluiu modelos de regressão de Poisson por pontos de inflexão (Joinpoint). Dos 2.832 casos notificados de SG, a taxa de detecção elevou em 4,8% entre 2005-2014 (Tendência 1) e de 47,8% entre 2014-2018 (Tendência 2). A SG aumentou 314,7% em gestantes com 12 ou mais anos de estudo entre 2016-2018 (Tendência 2). Dos 2.276 casos de SC entre 2005-2018, a taxa de detecção aumentou em 14,8%, e entre 2008-2016 a variação percentual anual (APC) o incremento foi de 25,5% (Tendência 2). No período total, o diagnóstico da SC no pré-natal subiu em 27,7% (Tendência 2) e de 50,8% (Tendência 3). A SC subiu em 10,7% devido ao tratamento materno não realizado entre 2005-2013 (Tendência 1). Esses resultados reportam a necessidade de fortalecimento da vigilância epidemiológica estadual, com treinamento de profissionais da atenção primária à saúde para o adequado manejo da infecção e de políticas públicas robustas que garantam a disponibilidade do tratamento adequado durante o pré-natal.

References

Hawkes S, Matin N, Broutet N, Low N. Effectiveness of interventions to improve screening for syphilis in pregnancy: a systematic review and meta-analysis. Lancet Infect Dis. 2011; 11 (9): 684-91.

Dantas DRG, Barros HST, Maia-Filho LFS, Paranhos LDC, Calú MEC, Vilarim NT, et al. Prevalence of gestational and congenital syphilis in Brazil in the last 15 years. J Infect Dis Preve Med. 2018; 6 (3).

Wang Y, Wu M, Gong X, Zhao L, Zhao J, Zhu C, et al. Risk Factors for congenital syphilis transmitted from mother to infant - Suzhou, China, 2011-2014. Morb Mortal Wkly Rep. 2019; 68 (10): 247-50.

Magalhães DMS, Kawaguchi IAL, Dias A, Calderon IMP. Sífilis materna e congênita: ainda um desafio. Cad Saúde Pública. 2013, 29 (6): 1109-20.

OMS (Organização Mundial da Saúde). Global health sector strategy on sexually transmitted infections, 2016–2021. Geneva; 2016. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/rtis/ghss-stis/en/

OMS (Organização Mundial da Saúde). Report on global sexually transmitted infection surveillance, 2018. Geneva; 2018. Disponível em: https://www.who.int/reproductivehealth/publications/stis-surveillance-2018/en/

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Sífilis 2019. Boletim Epidemiológico. Brasília, DF; 2019. Número especial.

Tocantins. Secretaria de Estado de Saúde. Comissão Intergestores Bipartite. Resolução CIB n.º 161/2012 de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre a conformação das novas regiões de saúde do estado do Tocantins e as ações e serviços mínimos a serem ofertados nesses territórios. [acesso em 10 mai 2020]. Disponível em: https://central3.to.gov.br/arquivo/244723/

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades e Estados. Tocantins [internet]. 2019 [acesso em 10 mai 2020]. Disponível em: http://ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=to

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cobertura da Atenção Básica [internet]. 2020 [acesso em 08 jul 2020]. Disponívelem:https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Indicadores e Dados Básicos da Sífilis nos Municípios Brasileiros [internet]. 2020 [acesso em 10 fev 2020]. Disponível em: http://indicadoressifilis.aids.gov.br/.

Paz LC, Pereira GF, Pinto VM, Medeiros MGPF, Matida LH, Saraceni V, et al. Nova definição de casos de sífilis congênita para fins de vigilância epidemiológica no Brasil, 2004. Rev Bras Enferm. 2005; 58 (4): 486-7.

Kim HJ, Fay MP, Feuer EJ, Midthune DN. Permutation tests for joinpoint regression with application to cancer rates. Stat Med. 2000; 19 (3): 335-51.

Clegg LX, Hankey BF, Tiwari R, Feuer EJ, Edwards BK. Estimating average annual per cent change in the in-trend analysis. Stat Med. 2009; 28 (29): 3670-82.

Conceição HN, Câmara JT, Pereira BM. Análise epidemiológica e espacial dos casos de sífilis gestacional e congênita. Saúde Debate. 2019; 43 (123): 1145-58.

Silva GM, Pesce GB, Martins DC, Prado CM, Fernandes CAM. Sífilis na gestante e congênita: perfil epidemiológico e prevalência. Enferm Glob. 2020; 19 (57): 107-50.

Soares LG, Zarpellon B, Soares LG, Baratieri T, Lentsck MH, Mazza VA. Sífilis gestacional e congênita: características maternas, neonatais e desfecho dos casos. Rev Bras Saude Mater Infant. 2017; 17 (4): 781-9.

Monteiro LD, Mota RMS, Martins-Melo FR, Alencar CH, Heukelbach J. Determinantes sociais da hanseníase em um estado hiperendêmico da região Norte do Brasil. Rev Saúde Pública. 2017; 51: 70.

Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Theme-Filha MM, Costa JV, et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (Suppl 1): S85-100.

Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Gonçalves MLC. Epidemiologia da sífilis gestacional em Fortaleza, Ceará, Brasil: um agravo sem controle. Cad Saúde Pública. 2010; 26 (9): 1747-55.

Benzaken AS, Pereira GFM, Cunha ARC, Souza FMA, Saraceni V. Adequacy of prenatal care, diagnosis and treatment of syphilis in pregnancy: a study with open data from Brazilian state capitals. Cad Saúde Pública. 2020; 36 (1): e00057219.

Cardoso ARP, Araújo MAL, Cavalcante MS, Frota MA, Melo SP. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Ciênc. Saúde Coletiva. 2018; 23 (2): 563-74.

Araújo MAL, Freitas SCR, Moura HJ, Gondim APS, Silva RM. Prevalence and factors associated with syphilis in parturient women in Northeast, Brazil. BMC Public Health. 2013; 13: 206.

Pinto VM, Basso CR, Barros CRS, Gutierrez EB. Fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis: inquérito populacional no município de São Paulo, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 3 (7): 2423-32.

Domingues RMSM, Saracen V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (1): 147-57.

Almeida KT, Santos NA, Costa AKAN, Santos MR, Menezes AMF, Alves KAN. Perfil epidemiológico de sífilis congénita en una microrregión en el interior del estado de Bahia (2007-2017). Enferm Glob. 2019; 18 (56): 198-208.

Domingues RMSM, Leal MC. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo nascer no Brasil. Cad Saúde Pública. 2016; 32 (6): e00082415.

Heringer ALS, Kawa H, Fonseca SC, Brignol SMS, Zarpellon LA, Reis AC. Desigualdades na tendência da sífilis congênita no município de Niterói, Brasil, 2007 a 2016. Rev Panam Salud Publica. 2020; 44: e3.

Qin JB, Feng TJ, Yang TB, Hong FC, Lan LN, Zhang CL. Maternal and paternal factors associated with congenital syphilis in Shenzhen, China: a prospective cohort study. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2014; 33 (2): 221–32.

ABRADILAN (Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos). Principal remédio em falta. 2020 [acesso em 5 jul 2020]. Disponível em: http://www.abradilan.com.br/index.php?m=noticiaFE&id_noticia=3217.

Published

2021-08-09

How to Cite

Nogueira, I. C. R., Ananias, M. G. A. P., Franchi, E. P. L. P., Odorizzi, V. F., & Monteiro, L. D. (2021). Sífilis gestacional e congênita no Estado do Tocantins: análise de tendência por regressão de poisson, 2005 a 2018 / Gestational and congenital syphilis in the State of Tocantins: trend analysis by poisson regression, 2005 to 2018. Brazilian Journal of Development, 7(8), 78091–78110. https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-163

Issue

Section

Original Papers