Aguardente e cachaça brasileira, da história ao processamento moderno: A evolução da bebida artesanal a um produto de qualidade / Brazilian aguardente and cachaça, from history to modern processing: The evolution of artisanal drink to a quality product

Authors

  • Tayonara dos Santos Melo Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná
  • Abigail Eduarda de Miranda Magalhães
  • Larissa Silva de Macêdo
  • Lucas Cristiano da Silva Siqueira
  • Lucas Eduardo Bezerra de Lima
  • Tiago Henrique dos Santos Souza
  • Tuanne dos Santos Melo
  • Marina Maria Barbosa de Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n10-020

Keywords:

Bebidas Alcoólicas. Controle de Qualidade. Padrão de Identidade e Qualidade para Produtos e Serviços.

Abstract

O aumento do consumo de aguardente de cana e sua importância na economia do Brasil torna necessário que o processo de fabricação seja baseado em práticas criteriosas para obtenção de um produto padronizado. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo abordar historicamente sobre características da produção de aguardente e cachaça frente as suas caracterizações físico-química e implicações na qualidade. Trata-se de uma revisão de literatura narrativa. Com pesquisa nas bases de dados BVS, PubMed, SciELO e ScienceDirect. Foram selecionados estudos nacionais e internacionais, capítulos de livros, manuais digitais e a legislação brasileira relacionados com o objetivo do estudo no período de 1994 a 2020. A cachaça é um produto oriundo da cana-de-açúcar e vista como a primeira bebida destilada na América Latina. Ao longo dos anos a bebida esteve presente em vários episódios da História do Brasil. A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento dos primeiros programas, organizações e legislações em apoio à produção e à comercialização da cachaça. O conhecimento da composição química da cachaça é importante para o controle de qualidade do produto e garantir a segurança dos consumidores. No entanto, a padronização pode ser um desafio devido às condições produtivas precárias dos pequenos produtores da bebida. As últimas três décadas têm sido marcantes na história da cachaça e atualmente o setor de bebidas alcoólicas vivencia no Brasil um momento promissor. A pesquisa mostra uma visão ampla da aguardente e cachaça no mercado de bebidas e sua importância econômica no Brasil, direcionando aos aspectos legais aplicados ao destilado processado e a importância do atendimento a critérios de qualidade. No entanto, estudos aprofundados sobre o processo produtivo são necessários para reconhecer aspectos relevantes à qualidade dessas bebidas.  

References

ALCARDE, A. R.; REGITANO-D'ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. Fundamentos de ciência e tecnologia de alimentos, ed. 2ª, Barueri, SP: Manole, p. 43-75, 2020.

ANDRADE, L. P. et al. Cachaça sob uma perspectiva histórica, cultural e simbólica. Revista Gestão em Análise, v. 7, n. 2, p. 184-201, 2018.

AQUARONE, E. et al. Biotecnologia industrial-vol. 4: biotecnologia na produção de alimentos. Editora Blucher, p. 145-180, 2001.

BRAGA, M. V. F.; KIYOTANI, I. B. A cachaça como patrimônio: turismo, cultura e sabor. Revista de Turismo contemporâneo, v. 3, n. 2, 2015.

BRASIL. Decreto nº 4.062, de 21 de dezembro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D4062.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%204.062%2C%20DE%2021,vista%20o%20disposto%20no%20art.>. Acesso em 10 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Decreto-lei nº 6.871, de 4 de junho de 2009. Brasília, 2009. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/decreto-no-6-871-de-4-de-junho-de-2009.pdf/view>. Acesso em 04 de fevereiro 2021

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A cachaça no Brasil: dados de registro de cachaças e aguardentes. Brasília, 2019. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/publicacoes/anuario-cachaca.pdf/view>. Acesso em 13 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-13-de-29-de-junho-de-2005.pdf/view>. Acesso em 13 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 58, de 19 de dezembro de 2007. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-58-de-19-de-dezembro-de-2007.pdf/view>. Acesso em 02 de março de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 27, de 15 de maio de 2008. <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-27-de-15-de-maio-de-2008.pdf/view>. Acesso em 04 de agosto de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 6, de 05 de janeiro de 2006. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/camaras-setoriais-1/cachaca>. Acesso em 18 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Lei nº 8.918, de 15 de julho de 1994. Brasília, 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8918.htm>. Acesso em 14 de março de 2021.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Atos assinados por ocasião da visita da Presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos da América - Washington, 9 de abril de 2012. Disponível em: <https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/atos-assinados-por-ocasiao-da-visita-da-presidenta-dilma-rousseff-aos-estados-unidos-da-america-washington-9-de-abril-de-2012>. Acesso em 18 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 126, de 24 de junho de 2005. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000955.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 276 de 24 de setembro de 2009. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001497.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 71 de 15 de março de 2010. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001539.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.

CARDOSO, M. G. Análises físico-químicas de aguardente. In: Produção de aguardente de cana. 3. ed. Rev. e ampl. Lavras: Editora UFLA, 2013.

CAVALCANTE, M. S. A verdadeira história da cachaça. Sá Editora, 2011.

CERVIERI JÚNIOR, O. et al. O setor de bebidas no Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 40, p. [93]-129, set, 2014.

CHALITA, M. A. N. A construção social e econômica do gosto e da preferência, o valor simbólico da mercadoria e o desempenho das exportações de cachaça. Informações econômicas, v. 38, n. 5, p. 17-29, 2008.

DA SILVA, M. C. et al. Elaboração e avaliação da qualidade de aguardentes de frutas submetidas a diferentes tratamentos. Revista Semiárido De Visu, v. 1, n. 2, p. 92-106, 2011.

DE SÁ, O. R. Avaliação da qualidade da cachaça artesanal produzidas no município de Passos (MG). Ciência et Praxis, v. 4, n. 07, p. 47-50, 2011.

IBRAC – Instituto Brasileiro de Cachaça: Mercado da cachaça 2019. Disponível em: < http://www.ibraccachacas.org>. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.

MEDINSKY, M. A.; DORMAN, D. C. Recent developments in methanol toxicity. Toxicology Letters, Amsterdam, v. 82/83, p. 707-711, 1995.

MIRANDA, M. B. D et al. Qualidade química de cachaças e de aguardentes brasileiras. Food Science and Technology, v. 27, n. 4, p. 897-901, 2007.

NASCIMENTO, R. F. et al. Qualitative and quantitative high-performance liquid chromatographic analysis of aldehydes in Brazilian sugar cane spirits and other distilled alcoholic beverages. Journal of Chromatography A, v. 782, n. 1, p. 13-23, 1997.

NEVES, E. A. et al. Simple and efficient elimination of copper (II) in sugar-cane spirits. Food Chemistry, v. 101, n. 1, p. 33-36, 2007.

PAIVA, A. L. et al. Strategic entrepreneurship: Observations from the practices of cachaça certification. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 19, n. 2, 2018.

RIBEIRO, A. D., (ed.) Um brinde à vida: a história das bebidas. São Paulo: Dórea Books and Art, p. 94-113, 2014.

RODRIGUES, L. M. A. et al. Uma dose de História: cachaça de alambique e aguardente de coluna. Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, v. 2, n. 2, 2019.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal. Brasília, 2017. (Série Estudos Mercadológicos). Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CH RONUS/bds/bds.nsf/444c2683e8debad2d7f38f49e848f449/$File/4248.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A cachaça de alambique: um estudo sobre hábitos de consumo em Goiania, 2019. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/GO/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/A%20Cacha%C3%A7a%20de%20Alambique%20%20Um%20estudo%20sobre%20o%20h%C3%A1bito%20de%20Consumoi%20em%20Goi%C3%A2nia.pdf>. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cartilha: Certificação da Cachaça de Alambique, 2013. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/08EF03D0C42761248325763F0062D66F/%24File/NT0004292E.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal: relatório completo, 2008. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/32D45A5E7EE50293832574DC004574B0/$File/NT0003905A.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal: série estudos mercadológicos, 2012. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/444c2683e8debad2d7f38f49e848f449/$File/4248.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.

SERAFIM, F. A. T. et al. Comparação do perfil químico entre cachaças de um mesmo vinho destiladas em alambiques e em colunas. Química Nova, v. 35, n. 7, p. 1412-1416, 2012.

SORATTO, A. N.; VARVAKIS, G.; HORII, J. A certificação agregando valor à cachaça do Brasil. Food Science and Technology, v. 27, n. 4, p. 681-687, 2007.

SOUZA, L. M. et al. Produção de Cachaça de Qualidade. ESALQ, Piracicaba, p. 9-59, 2013.

TONINI, M.; PACHECO, F. P. Perspectivas da produção de cachaça no Brasil. Journal of Agronomic Sciences, Umuarama, v. 3, p. 193-201, 2014.

VASCONCELOS, Y. et al. Cachaça sem mistério. Pesquisa FAPESP, n. 87, p.74, 2003.

VENTURINI FILHO, W. G. Bebidas alcoólicas: ciência e tecnologia. Editora blucher, v.1, p. 237-283, 2010.

Published

2021-10-05

How to Cite

Melo, T. dos S., Magalhães, A. E. de M., de Macêdo, L. S., Siqueira, L. C. da S., de Lima, L. E. B., Souza, T. H. dos S., Melo, T. dos S., & de Oliveira, M. M. B. (2021). Aguardente e cachaça brasileira, da história ao processamento moderno: A evolução da bebida artesanal a um produto de qualidade / Brazilian aguardente and cachaça, from history to modern processing: The evolution of artisanal drink to a quality product. Brazilian Journal of Development, 7(10), 95093–95111. https://doi.org/10.34117/bjdv7n10-020

Issue

Section

Original Papers