Aguardente e cachaça brasileira, da história ao processamento moderno: A evolução da bebida artesanal a um produto de qualidade / Brazilian aguardente and cachaça, from history to modern processing: The evolution of artisanal drink to a quality product
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv7n10-020Keywords:
Bebidas Alcoólicas. Controle de Qualidade. Padrão de Identidade e Qualidade para Produtos e Serviços.Abstract
O aumento do consumo de aguardente de cana e sua importância na economia do Brasil torna necessário que o processo de fabricação seja baseado em práticas criteriosas para obtenção de um produto padronizado. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo abordar historicamente sobre características da produção de aguardente e cachaça frente as suas caracterizações físico-química e implicações na qualidade. Trata-se de uma revisão de literatura narrativa. Com pesquisa nas bases de dados BVS, PubMed, SciELO e ScienceDirect. Foram selecionados estudos nacionais e internacionais, capítulos de livros, manuais digitais e a legislação brasileira relacionados com o objetivo do estudo no período de 1994 a 2020. A cachaça é um produto oriundo da cana-de-açúcar e vista como a primeira bebida destilada na América Latina. Ao longo dos anos a bebida esteve presente em vários episódios da História do Brasil. A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento dos primeiros programas, organizações e legislações em apoio à produção e à comercialização da cachaça. O conhecimento da composição química da cachaça é importante para o controle de qualidade do produto e garantir a segurança dos consumidores. No entanto, a padronização pode ser um desafio devido às condições produtivas precárias dos pequenos produtores da bebida. As últimas três décadas têm sido marcantes na história da cachaça e atualmente o setor de bebidas alcoólicas vivencia no Brasil um momento promissor. A pesquisa mostra uma visão ampla da aguardente e cachaça no mercado de bebidas e sua importância econômica no Brasil, direcionando aos aspectos legais aplicados ao destilado processado e a importância do atendimento a critérios de qualidade. No entanto, estudos aprofundados sobre o processo produtivo são necessários para reconhecer aspectos relevantes à qualidade dessas bebidas.
References
ALCARDE, A. R.; REGITANO-D'ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. Fundamentos de ciência e tecnologia de alimentos, ed. 2ª, Barueri, SP: Manole, p. 43-75, 2020.
ANDRADE, L. P. et al. Cachaça sob uma perspectiva histórica, cultural e simbólica. Revista Gestão em Análise, v. 7, n. 2, p. 184-201, 2018.
AQUARONE, E. et al. Biotecnologia industrial-vol. 4: biotecnologia na produção de alimentos. Editora Blucher, p. 145-180, 2001.
BRAGA, M. V. F.; KIYOTANI, I. B. A cachaça como patrimônio: turismo, cultura e sabor. Revista de Turismo contemporâneo, v. 3, n. 2, 2015.
BRASIL. Decreto nº 4.062, de 21 de dezembro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/D4062.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%204.062%2C%20DE%2021,vista%20o%20disposto%20no%20art.>. Acesso em 10 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Decreto-lei nº 6.871, de 4 de junho de 2009. Brasília, 2009. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/decreto-no-6-871-de-4-de-junho-de-2009.pdf/view>. Acesso em 04 de fevereiro 2021
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A cachaça no Brasil: dados de registro de cachaças e aguardentes. Brasília, 2019. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/publicacoes/anuario-cachaca.pdf/view>. Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 13, de 29 de junho de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-13-de-29-de-junho-de-2005.pdf/view>. Acesso em 13 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 58, de 19 de dezembro de 2007. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-58-de-19-de-dezembro-de-2007.pdf/view>. Acesso em 02 de março de 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 27, de 15 de maio de 2008. <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-27-de-15-de-maio-de-2008.pdf/view>. Acesso em 04 de agosto de 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n° 6, de 05 de janeiro de 2006. Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/camaras-setoriais-1/cachaca>. Acesso em 18 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Lei nº 8.918, de 15 de julho de 1994. Brasília, 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8918.htm>. Acesso em 14 de março de 2021.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Atos assinados por ocasião da visita da Presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos da América - Washington, 9 de abril de 2012. Disponível em: <https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/atos-assinados-por-ocasiao-da-visita-da-presidenta-dilma-rousseff-aos-estados-unidos-da-america-washington-9-de-abril-de-2012>. Acesso em 18 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 126, de 24 de junho de 2005. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC000955.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 276 de 24 de setembro de 2009. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001497.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO. Portaria nº 71 de 15 de março de 2010. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001539.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
CARDOSO, M. G. Análises físico-químicas de aguardente. In: Produção de aguardente de cana. 3. ed. Rev. e ampl. Lavras: Editora UFLA, 2013.
CAVALCANTE, M. S. A verdadeira história da cachaça. Sá Editora, 2011.
CERVIERI JÚNIOR, O. et al. O setor de bebidas no Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 40, p. [93]-129, set, 2014.
CHALITA, M. A. N. A construção social e econômica do gosto e da preferência, o valor simbólico da mercadoria e o desempenho das exportações de cachaça. Informações econômicas, v. 38, n. 5, p. 17-29, 2008.
DA SILVA, M. C. et al. Elaboração e avaliação da qualidade de aguardentes de frutas submetidas a diferentes tratamentos. Revista Semiárido De Visu, v. 1, n. 2, p. 92-106, 2011.
DE SÁ, O. R. Avaliação da qualidade da cachaça artesanal produzidas no município de Passos (MG). Ciência et Praxis, v. 4, n. 07, p. 47-50, 2011.
IBRAC – Instituto Brasileiro de Cachaça: Mercado da cachaça 2019. Disponível em: < http://www.ibraccachacas.org>. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
MEDINSKY, M. A.; DORMAN, D. C. Recent developments in methanol toxicity. Toxicology Letters, Amsterdam, v. 82/83, p. 707-711, 1995.
MIRANDA, M. B. D et al. Qualidade química de cachaças e de aguardentes brasileiras. Food Science and Technology, v. 27, n. 4, p. 897-901, 2007.
NASCIMENTO, R. F. et al. Qualitative and quantitative high-performance liquid chromatographic analysis of aldehydes in Brazilian sugar cane spirits and other distilled alcoholic beverages. Journal of Chromatography A, v. 782, n. 1, p. 13-23, 1997.
NEVES, E. A. et al. Simple and efficient elimination of copper (II) in sugar-cane spirits. Food Chemistry, v. 101, n. 1, p. 33-36, 2007.
PAIVA, A. L. et al. Strategic entrepreneurship: Observations from the practices of cachaça certification. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 19, n. 2, 2018.
RIBEIRO, A. D., (ed.) Um brinde à vida: a história das bebidas. São Paulo: Dórea Books and Art, p. 94-113, 2014.
RODRIGUES, L. M. A. et al. Uma dose de História: cachaça de alambique e aguardente de coluna. Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, v. 2, n. 2, 2019.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal. Brasília, 2017. (Série Estudos Mercadológicos). Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CH RONUS/bds/bds.nsf/444c2683e8debad2d7f38f49e848f449/$File/4248.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A cachaça de alambique: um estudo sobre hábitos de consumo em Goiania, 2019. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/GO/Sebrae%20de%20A%20a%20Z/A%20Cacha%C3%A7a%20de%20Alambique%20%20Um%20estudo%20sobre%20o%20h%C3%A1bito%20de%20Consumoi%20em%20Goi%C3%A2nia.pdf>. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cartilha: Certificação da Cachaça de Alambique, 2013. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/08EF03D0C42761248325763F0062D66F/%24File/NT0004292E.pdf>. Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal: relatório completo, 2008. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/32D45A5E7EE50293832574DC004574B0/$File/NT0003905A.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cachaça artesanal: série estudos mercadológicos, 2012. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/444c2683e8debad2d7f38f49e848f449/$File/4248.pdf>. Acesso em 17 de março de 2021.
SERAFIM, F. A. T. et al. Comparação do perfil químico entre cachaças de um mesmo vinho destiladas em alambiques e em colunas. Química Nova, v. 35, n. 7, p. 1412-1416, 2012.
SORATTO, A. N.; VARVAKIS, G.; HORII, J. A certificação agregando valor à cachaça do Brasil. Food Science and Technology, v. 27, n. 4, p. 681-687, 2007.
SOUZA, L. M. et al. Produção de Cachaça de Qualidade. ESALQ, Piracicaba, p. 9-59, 2013.
TONINI, M.; PACHECO, F. P. Perspectivas da produção de cachaça no Brasil. Journal of Agronomic Sciences, Umuarama, v. 3, p. 193-201, 2014.
VASCONCELOS, Y. et al. Cachaça sem mistério. Pesquisa FAPESP, n. 87, p.74, 2003.
VENTURINI FILHO, W. G. Bebidas alcoólicas: ciência e tecnologia. Editora blucher, v.1, p. 237-283, 2010.