Mẽbêngôkre nhõ pyka: aspectos físicos e simbólicos de reconhecimento e posse do território / Mẽbêngôkre nhõ pyka: physical and symbolic aspects of territory recognition and possession
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv8n5-226Keywords:
mẽtyktire, territorialidade, cultura.Abstract
O presente trabalho resulta das pesquisas etnográficas desenvolvidas pelos autores em seus respectivos enfoques junto ao grupo indígena Kayapó Mẽbêngokrê Mẽtyktire, Terra Indígena Capoto/Jarina, Norte do Estado de Mato Grosso. Possui por objetivos descrever e analisar os processos de territorialização sob os enfoques físicos e simbólicos, bem como as estratégias utilizadas pelos indígenas nos processos de apropriação e uso do respectivo território. Além disso, mostra a relação indissociável entre corpo, pessoa e lugar, resultando num modo único de ver e viver no mundo.
References
BASSO, Keith H. Wisdom sits in places: landscape and language among the western apache. New Mexico: University of New Mexico Press, 1996.
BONNEMAISON, J. “Viagem em torno do território”. In: Rosendahl, Z. e Corrêa, R.L. (orgs). Geografia Cultural: um século (3). Rio de Janeiro: EdUERJ, 1981.
CASEY, Edward S. How to Get from Space to place in a Fairly Short Stretch of Time: Phenomenological Prolegomena. In: Senses of place. FELD, Steven; BASSO, Keith (org.). Santa Fe: School of American Research Press, 1996.
COHN, Clarice. A tradução de cultura: os Mebengokré-Xikrin. Paper apresentado na 26ª Reunião Brasileira de Antropologia. Porto Seguro, junho de 2008.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
GODOI, Emília Pietrafesa. Territorialidade. In: SANSONE, Lívio; FURTADO, Cláudio Alves (Org.) Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: EDUFBA, 2014.
HAESBAERT, Rogério. Des-territorialização e identidade: a rede “gaúcha” no Nordeste. Niterói: Editora da Universidade Feral Fluminense, 1997.
______. Território e multiterritorialidade: um debate. Revista GEOgraphia, ano IX, n. 17, 2007.
LEA, Vanessa. Nomes e Nekretx kayapó, uma concepção de riqueza. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, Museu nacional, Universidade Federal de Rio de Janeiro, 1986.
______. Gênero feminino mebengokre (kayapó): desvelando representações desgastadas. Cadernos Pagu, n.3, p 85-115, 1994.
______. Kapoto: laudo antropológico. Campinas: UNICAMP, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 1997.
______. Desnaturalizando gênero na sociedade Mẽbêngôkre. Revista Estudos Feministas, ano 7, p. 176-194, 1º e 2º semestres de 1999.
______. Riquezas intangíveis de pessoas partíveis: os Mẽbêngôkre (Kayapó) do Brasil (Central). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.
LEA, Vanessa; FERREIRA, Mariana k. L. (1985) “A guerra no Xingu”: cronologia. In: Povos
Indígenas do Brasil/84 – Aconteceu Especial 15. São Paulo: Sagarana Editora LTDA.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In: LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976.
LUKESCH, Anton. Mito e vida dos índios caiapós. São Paulo: Pioneira, Ed. Da Universidade de são Paulo, 1976.
MARIANO, Michelle Carlesso. Da borduna às redes sociais: uma mostra do cotidiano Mẽbêngôkre Mẽtyktire. 252 f. Dissertação Mestrado – Instituto de Linguagens, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá 2014.
MARIANO, Michelle Carlesso. Kukràdjà: territorialidade e estratégias de mobilização social entre os Mẽtyktire (Kayapó). 428 f. Tese Doutorado – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, Marília 2019.
MELATTI, Julio Cesar. Nominadores e genitores: um aspecto do dualismo Krahó. In: SCHADENS, Egon. Leituras de etnologia brasileira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, p. 139-148, 1976.
MERLEAU-PONTY, Maurice. De Mauss a Claude Lévi-Strauss. São Paulo: Editora Abril Cultural, coleção Os Pensadores, 1984.
OLIVEIRA, João Pacheco de. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, p. 47-77, abr. 1998.
SAHLINS, Marshall. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (parte II). MANA, v. 2, n. 3, p. 103-150, 1997.
SEEGER, Anthony; DAMATTA, Roberto; VIVEIROS de CASTRO, E. B. A construção da pessoa nas sociedades indígenas. Rio de Janeiro: Boletim do Museu Nacional, Antropologia nº 32, 1979.
TURNER, Terence. Social structure and political organization among the Northern Kayapó. Ph.D. Thesis, Cambridge: Harvard University, 1966.
______. Da cosmologia à história: resistência, adaptação e consciência social entre os Kayapó. Tradução: David Soares. Revista Cadernos de Campo, São Paulo, v.1, n. 1, p. 68-85, 1991.
______. TURNER, Terence. Social body and embodied subject: bodylines, subjectivity, and
sociality among the Kayapo. Cultural Anthropology, v. 10, n. 2, p. 143-170, 1995.
______. Os Mebengokre Kayapó: história e mudança social, de comunidades autônomas para a coexistência interétnica. In: CUNHA, Manuela Carneiro da. (Org.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
VERSWIJVER, Gustaaf. Os kayapó: separações e junções dos grupos do norte. Revista da Atualidade Indígena, Brasília, n. 12, p. 9-16, 1978.
______. Considerations on Mẽkrãgnotí warfare. Doctoral thesis, Faculteit van Rechtsgeleerdhei, Rijksuniversiteit Gent Academiejaar, 1985.
VIDAL, Lux. Morte e vida de uma sociedade indígena brasileira: os Kayapó Xikrin do rio Cateté. São Paulo: HUCITEC, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977.
______. A pintura corporal e a arte gráfica entre os Kayapó-Xikrin do Cateté. In: Grafismo Indígena. São Paulo, Nobel/EDUSP/FAPESP, 1992.
URBAN, Greg. A história da cultura brasileira segundo as línguas nativas. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.) História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, FAPESP, 1992.