Conhecimento a respeito de resistência bacteriana e hábitos de utilização de antimicrobianos em uma população no sul do Brasil/ Knowledge about bacterial resistance and antibiotic utilization habits in a population in the Southern region of Brazil
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv6n2-048Keywords:
antibioticoterapia, cepas multirresistentes, resistência bacteriana, saúde pública, farmacoepidemiologia.Abstract
Os antimicrobianos foram um dos mais importantes adventos na ciência moderna e ainda hoje a medicina se baseia na utilização dos mesmos. Entretanto, os mecanismos evolutivos destes microorganismos adicionado à pressão seletiva da utilização irracional dos antibióticos faz com que os graus de resistência bacteriana se elevem exacerbadamente. Foi feito um estudo qualitativo transversal na população da cidade de Pelotas/RS através da aplicação de um questionário online onde foram recebidas 517 respostas. A prevalência populacional deste estudo foi de mulheres 86,65%, de 20 a 25 anos e que ainda estão cursando o ensino superior, proporção esperada em uma cidade universitária. Porém, apesar da maior parte da população (91,4%) concordar que o uso irracional de antimicrobianos favorece o surgimento de cepas resistentes, aproximadamente metade da população admitiu fazer uso destes sem a prescrição de um profissional de saúde. Estas porcentagens não se refletem com relação aos cuidados com a antibioticoterapia de seus pets. Aparentemente as mulheres são melhor informadas à respeito de saúde, porém ainda assim também estão mais envolvidas com práticas não racionais do uso de antibióticos, além disso essa prática também parece ser maior entre a população com maior nível educacional. Conclui-se, portanto, que apesar da população ser detentora do conhecimento relativo ao surgimento das superbactérias, o fator cultural da automedicação ainda é muito forte, mesmo em uma amostra de elevado grau educacional, demonstrando ainda ser necessário que se faça um maior trabalho de conscientização e educação da população.
References
Ainsa, J. A. (2002). Stuart B. Levy: The antibiotic paradox. How the misuse of antibiotics destroys their curative powers, 2nd edn. International Microbiology, 5(3), 155–156. https://doi.org/10.1007/s10123-002-0082-z
Antibiotic resistant threats in the United States. Centers for Disease Control and Prevention website, disponível em https://www.cdc.gov/drugresistance/ pdf/ar-threats-2013-508.pdf3, acessado em acessado em 22 de outubro de 2010
Antimicrobial resistance and healthcare-associated infections. European Center for Disease Prevention and Control. 2007. Disponível em http://www.ecdc.europa.eu/en/activities/diseaseprogrammes/ARHAI/ Pages/index.aspx, acessado em 25 de outubro de 2010
Allen, H. K., Donato, J., Wang, H. H., Cloud-Hansen, K. A., Davies, J., & Handelsman, J. (2010). Call of the wild: Antibiotic resistance genes in natural environments. Nature Reviews Microbiology, 8(4), 251–259. https://doi.org/10.1038/nrmicro2312
Barnett, M. L., & Linder, J. A. (2014). Antibiotic prescribing for adults with acute bronchitis in the United States, 1996-2010. JAMA - Journal of the American Medical Association, 311(19), 2020–2022. https://doi.org/10.1001/jama.2013.286141
Berquó, L. S., Barros, A. J. D., Lima, R. C., & Bertoldi, A. D. (2004). [Use of antimicrobial drugs in an urban population]. Revista de Saude Publica, 38(2), 239–246. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000200013
Brazil. (2009). Resolution No 44. Provides for Good Pharmaceutical Practices for the sanitary control of the operation, the dispensing and sale of products and the installment of pharmaceutical services in pharmacies and other measures. Section 1, 78-81.
Bywater, R. J., & Casewell, M. W. (2000). An assessment of the impact of antibiotic resistance in different bacterial species and of the contribution of animal sources to resistance in human infections [5]. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 46(4), 643–645. https://doi.org/10.1093/jac/46.4.643
Cantón, R. (2009). Antibiotic resistance genes from the environment: A perspective through newly identified antibiotic resistance mechanisms in the clinical setting. Clinical Microbiology and Infection, 15(SUPPL. 1), 20–25. https://doi.org/10.1111/j.1469-0691.2008.02679.x
European Center for Disease Prevention and Control. 2014. Disponível em: http://ecdc.europa.eu/en/healthtopics/ antimicrobial resistance/database/Pages/table reports.aspx, acessado em 22 de outubro de 2010
Gershman K. The Careful Antibiotic Use (C.A.USE) Newslleter, vol. 1, Oct. 1997.
Giguère SPJ, BaggotJD,Walker RD, Dowling PM. Antimicrobial Therapy in Veterinary Medicine. 4th ed. Oxford, UK: The CanadianVeterinary Journal Blackwell Pub; 2007. p. 48.
Girlich, D., Poirel, L., Carattoli, A., Kempf, I., Lartigue, M. F., Bertini, A., & Nordmann, P. (2007). Extended-spectrum ?-lactamase CTX-M-1 in Escherichia coli isolates from healthy poultry in France. Applied and Environmental Microbiology, 73(14), 4681–4685. https://doi.org/10.1128/AEM.02491-06
Guan, S., Xu, R., Chen, S., Odumeru, J., & Gyles, C. (2002). Development of a procedure for discriminating among Escherichia coli isolates from animal and human sources. Applied and Environmental Microbiology, 68(6), 2690–2698. https://doi.org/10.1128/AEM.68.6.2690-2698.2002
Hernández-Merino, Á. (2010). Uso prudente de antibióticos: propuestas de mejora desde la pediatría comunitaria. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica, 28(SUPPL. 4), 23–27. https://doi.org/10.1016/S0213-005X(10)70038-0
Llor C. Uso prudente de antibióticos y propuestas de mejora desde la atención primaria. Enferm Infecc Microbiol Clin. 2010;28 Supl 4:17-22
Martínez-Martínez, L., & Calvo, J. (2010). Desarrollo de las resistencias a los antibióticos: Causas, consecuencias y su importancia para la salud pública. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica, 28(SUPPL. 4), 4–9. https://doi.org/10.1016/S0213-005X(10)70035-5
Mazer-Amirshahi, M., Pourmand, A., & May, L. (2017). Newly approved antibiotics and antibiotics reserved for resistant infections: Implications for emergency medicine. American Journal of Emergency Medicine, 35(1), 154–158. https://doi.org/10.1016/j.ajem.2016.10.034
Morasles, Catalina. Hombre versus mujeres. ¿ Cómo se comportan em las redes sociales. FayerWayer. 2012.
Na, C., & Barão, C. D. E. (n.d.). Avaliação do uso indiscriminado de antibióticos no bairro do campo na cidade de barão de grajaú-ma. 4–8.
Nesme, J., Cécillon, S., Delmont, T. O., Monier, J. M., Vogel, T. M., & Simonet, P. (2014). Large-scale metagenomic-based study of antibiotic resistance in the environment. Current Biology, 24(10), 1096–1100. https://doi.org/10.1016/j.cub.2014.03.036
Prescott, J. F. (2014). The resistance tsunami, antimicrobial stewardship, and the golden age of microbiology. Veterinary Microbiology, 171(3–4), 273–278. https://doi.org/10.1016/j.vetmic.2014.02.035
Rashid, M. U., Weintraub, A., & Nord, C. E. (2012). Effect of new antimicrobial agents on the ecological balance of human microflora. Anaerobe, 18(2), 249–253. https://doi.org/10.1016/j.anaerobe.2011.11.005
Rodríguez-Caravaca, G., Martín-López, R., Gil-de-Miguel, Á., Santana-Ramírez, S., Martínez-Martín, J., & Villar-del-Campo, M. C. (2010). Adequacy Assessment of Antibiotic prophylaxis in orthopedic and traumatologic surgery. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica, 28(SUPPL. 4), 17–22. https://doi.org/10.1016/S0213-005X(10)70037-9
Tenover, F. C., & McGowan, J. E. (2008). Antimicrobial resistance. International Encyclopedia of Public Health, 211–219. https://doi.org/10.1016/B978-012373960-5.00452-4
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 8. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2005
van den Bogaard, A. E. (2000). The effect of banning avoparcin on VRE carriage in The Netherlands. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 46(1), 146–148. https://doi.org/10.1093/jac/46.1.146
Woerther, P. L., Burdet, C., Chachaty, E., & Andremont, A. (2013). Trends in human fecal carriage of extended-spectrum ?-lactamases in the community: Toward the globalization of CTX-M. Clinical Microbiology Reviews, 26(4), 744–758. https://doi.org/10.1128/CMR.00023-13